sábado, 21 de outubro de 2006

Read my lips

Programa do Partido Socialista
Quanto às SCUT, deverão permanecer como vias sem portagem enquanto se mantiverem as condições que justificaram, em nome da coesão nacional e territorial, a sua implementação, quer no que se refere aos indicadores de desenvolvimento sócio-económico das regiões em causa, quer no que diz respeito as alternativas de oferta no sistema rodoviário.

Palavras de Mário "ex-comunista" Lino, Ministro
A introdução de portagens em três auto-estradas sem custos para o utilizador (Scut), vai poupar ao Estado cem milhões de euros por ano. A imposição de portagens nas Scut do Norte Litoral faz parte do modelo de gestão e financiamento das infra-estruturas rodoviárias que o Governo quer apresentar até ao fim do ano.
E, para a semana serão criados os 150.000 empregos que José Sócrates prometeu na campanha eleitoral. Verdade!
Reitor

quinta-feira, 19 de outubro de 2006

Mais Autonomia - II


Ora aí está mais um exemplo (neste caso, exemplar mesmo) de como a adminstração educativa "vê" a autonomia das escolas. Já calculava que o Gabinete de Gestão Financeira do ME, esse pai de todos os desperdícios, cego surdo e mudo à diferença e à identidade de qualquer escola, faria orelhas moucas às palavras de qualquer Ministra da Educação. De hoje ou de ontem.
Informam-se as escolas que, considerando que a utilização dos cacifos se
destina a evitar que os alunos tenham de, diariamente, transportar material
escolar e que não existe enquadramento legal para a cobrança de quaisquer
importâncias aos alunos, não se justifica a cobrança de qualquer montante no
caso vertente.

Podem os ministros falar em autonomia, podem ser publicadas leis, podem as escolas reclamar por mais... Não virá nada, a não ser competências vazias de conteúdo e poderes fáticos.
Haverá sempre, literalmente, o Dr. Edmundo Gomes a lembrar esses serviços educativos periféricos, que não sabem fazer mais nada senão garantir que as crianças e jovens estão ocupados enquanto os pais labutam, que quanto ao dinheirinho, ele é que sabe. O G.G.F. é que manda.
Alguma vez este mastodonte (o GGF, claro) iria aceitar que uma escola gerisse com autonomia o seu orçamento? Ou que pudesse ter liberdade para colher a justa retribuição pelos serviços que presta à comunidade? Claro que não.
Nunca em caso algum se poderá falar em autonomia das escolas se as mesmas não tiverem, sequer, competência para alugar os seus equipamentos e instalações.
Tristes e ridículas estas orientações do G.G.F.. Muito mais agora que tanto se fala de autonomia.
Pelo menos ficámos a saber que as escolas portuguesas estão impedidas de alugar cacifos aos alunos. Já sabíamos que algumas nem sequer verba têm para o papel higiénico que gastam. E que o mesmo é fornecido aos alunos a conta-gotas e após pedido prévio.
Grande país este e grande autonomia esta a das escolas.
Reitor

Autonomia - I

Ultimamente tem-se falado mais do que o costume em autonomia das escolas.
As palavras do Governo também têm sido favoráveis a uma maior autonomia das escolas: No Parlamento, Maria de Lurdes Rodrigues reiterou que a autonomia e a avaliação «são instrumentos de gestão que devem servir para melhorar o sistema de ensino e os resultados escolares dos alunos».
Pois bem. Mas...
Quem passa por aqui pode ver de que autonomia se fala.
Para este governo a autonomia parece passar por mais burocracia e por re-centralização: Uma escola que pretenda aditar uma hora lectiva (para apoio, por exemplo) a um professor contratado com horário incompleto, tem de submeter uma proposta ao governo, via direcção regional, instruindo-a com blá, blá, blá... Ou seja, um processo que até agora era simples e era resolvido na periferia da administração, pela escola, vai passar a ser um calvário, da escola até ao governo.
Reitor

domingo, 15 de outubro de 2006

De onde saiu esta?

Ao folhear o JN de hoje fiquei deveras, sim deveras, surpreendido com a acutilante intervenção da Sra. Directora Regional de Educação do Norte (DREN).
Ia a dita senhora perorando umas vacuidades sobre o insucesso escolar, as suas causas e consequências, quando, à laia de golpe de estilete lança esta pérola: “Estamos no início do século XXI e ainda temos muita herança do tempo do Estado Novo…Marcas que se reflectem nos 15% dos jovens que não terminaram a escolaridade obrigatória e em 50% de jovens que não completaram o 12.º ano”.
Leio, releio e não acredito em tamanha desfaçatez. Com que então, 32 anos depois do 25 de Abril, os filhos daqueles que eram crianças então, ainda sofrem as consequências do Estado Novo? E a responsabilidade dos políticos que nos têm governado? E a dos Directores Gerais e Regionais? Nada?
Esta Directora é fina. E merece o que ganha: ao relegar as culpas do insucesso escolar de hoje no regime de antes de 1974, não só afasta as responsabilidades deste governo, como de todos os governos do pós 25 de Abril. Assim como ficam afastadas, desde já, as suas próprias responsabilidades.
Voilá. Está aqui a resposta àqueles que não encontravam razões para a nomeação desta girl socialista, afilhada política de Augusto Santos Silva, para este cargo.
Faz-se uma busca no Google sobre Margarida Moreira e…nada. Não se lhe conhece uma ideia, um estudo, um projecto sobre e para a educação dos portugueses, excepto que o Estado Novo é o responsável pelo elevado insucesso escolar em 2006. Cabecinha pensadora!
Mas não ficamos por aqui. A Sra. DREN perorou mais um bocadito e …nova minhoca: Segundo a senhora, os regimes comunistas do Leste da Europa é que eram bons para o sucesso escolar. Ora vejam o que diz sobre os jovens do leste a estudar nas nossas escolas: “são os alunos que os professores mais gostam porque têm respeito e cultura pela escola”. E “Os miúdos de Leste conseguem aprender a nossa língua de forma fantástica, com os mesmos professores e as mesmas escolas. Temos aqui, portanto, um problema cultural da sociedade”. Uma pinga à saúde desta Directora Regional!
É Sra. DREN. É um problema de sociedade, de ascensão social: em Portugal não se percebe como é que alguns ascendem a lugares de responsabilidade. Poderíamos até dizer que, em Portugal, o insucesso escolar tem sido muitas vezes sinónimo de sucesso político, não é verdade, senhora directora?
A Bem da Educação!
Reitor

terça-feira, 10 de outubro de 2006

Aulas de Substituição

Este governo iniciou no ano passado uma nova forma de ocupar os tempos em que os alunos não têm aulas por falta dos respectivos professores. Chamou-lhe "Ocupação Plena dos Tempos Escolares" (OPTE). Os professores e os alunos chamam-lhe, simples e acertadamente, "Aulas de Substituição".
A linha de hipocrisia que tem conduzido a política educativa deste governo, cujos expoentes máximos são os secretários de estado Valter “Reprovado por Faltas” Lemos e Jorge“Sinistro” Pedreira, fica mais uma vez vincada neste acrónimo OPTE. Ao contrário do que sugere, não há opção possível, mas sim obrigação total. Mesmo para os alunos maiores que são obrigados a frequentá-las.
As aulas de substituição parecem-me uma medida adequada e útil para os alunos do Ensino Básico. A sua formação e a sua educação repousam muito sobre a escola e os professores. Na ausência dos pais e do professor, será útil que estes alunos fiquem aos cuidados de um adulto, especialmente de um professor que, não podendo leccionar a disciplina/conteúdos previstos, os possa orientar e acompanhar noutras actividades de carácter lúdico-pedagógico. Parece-me uma ideia adequada e sensata.
O mesmo não penso das aulas de substituição aos alunos do Ensino Secundário, excepto no caso de o substituto ser professor da mesma disciplina do professor que está a faltar e a aula servir para se continuar com a matéria que seria dada pelo professor em falta.
Ao contrário do que pensa o governo e, note-se, o discurso político gira sempre em torno aluno - o aluno do Ensino Secundário pode não beneficiar com uma aula de substiutição que é dada por um professor de outra disciplina.
Quantos alunos do Ensino Secundário não ganhariam muito mais se, na falta do professor de uma disciplina, ao invés de estarem na sala de aula a ouvir (se é que o fazem) um professor que não conhecem, a dizer umas coisa sem interesse, pudessem continuar o trabalho de investigação que estão a desenvolver, ou fazer uma pesquisa, ou estudar para o teste de amanhã, ou simplesmente, ler...
É que, ao contrário do que pensam os iluminados governantes socialistas (alguns ex-CDS, enfim), os alunos do Ensino Secundário, especialmente aqueles que são maiores de idade, sabem melhor que o governo e que os professores aquilo que querem.
Reitor

domingo, 8 de outubro de 2006

Escândalo

Mais uma cavadela do governo socialista...
Há já mais de cem cidadãos portugueses a frequentar universidades portuguesas sem terem concluído o 12º Ano. Alguns deles nem o 9º.
Se não fosse trágico, seria para rir, assim só podemos chorar.
No semanário SOL lê-se e não se acredita...
Como é possível que alguns portugueses possam entrar na universidade sem terem o 12ºAno?
A partir de agora, veremos nos anúncios de procura de emprego as seguintes frases:
"Procura-se licenciado com o 12º ano".
Ou então
:
"Procura-se licenciado com o 2º ciclo concluído"
Que quer o governo?
Desprestigiar o ensino superior? Desprestigiar aqueles que lutaram por tirar um curso superior? Pôr o país a ridículo?
Se juntarmos esta medida àquela que foi aprovada pela Assembleia da República (Lei nº 23/2006 de 23 de Junho) e que permite que as crianças dos jardim-de infância possam criar associações de estudantes, a conclusão é só uma:
Na educação, Portugal vai de vitória em vitória até ...à derrota final.
Reitor

quarta-feira, 4 de outubro de 2006

Quoque tu Meneses

Um dos mais ilustres autarcas da região norte (e dos mais devedores também), o sentimental Luís Filipe Meneses, Presidente de da Câmara Municipal de V.N. de Gaia teve uma brilhante ideia: ...que sejam dados às autarquias os meios próprios para a profissionalização e efectivação de professores.
Em português corrente, que sejam as Câmaras a colocar professores, a dizer-lhes como ensinar e ...bico calado.
Espere um pouco Meneses que os professores vão deixar que os Menezes, os Motas, os Jardins, os Almeidas, os Solheiros e toda essa tropa fandanga, que tem vindo a pôr o país à beira da miséria e hipotecado as gerações futuras, vão trocar o estatuto de funcionários públicos pelo de funcionários camarários.
Vossemecê passa-se?
Reitor

segunda-feira, 2 de outubro de 2006

Mentirosa não. Pantomineira seria mais bonito.

De acordo com a TSF, o Presidente da Câmara de Sernancelhe apodou a Directora Regional de mentirosa e exige a sua demissão.
Exagero Dr. José Cardoso.
Dissesse que a Directora Regional fuma desalmadamente e obteria consenso.
Que percebe pouco de educação, presumivelmente, uma vez que não se lhe conhece uma única ideia sobre o assunto.
Que tem um aspecto indiciador de não tocar piano nem falar francês, digamos assim, também não sofreria contestação.
Que age, apenas e só, como uma comissária política, não duvidaria.
Agora, dizer que a senhora é mentirosa, Dr. José Cardoso, é um exagero para além de uma indisfarçável descortesia. É como se lhe tivesse chamado intrujona. Ficou-lhe mal, como cavalheiro e como político
Dissesse V. Exa. que a Senhora Directora Regional não fora exacta nas suas asserções ou, até, que se enganara redondamente, e eu não contestaria.
Claro que, cá entre nós, V. Exa. também não engana ninguém.
Com que então, só depois três dias de a senhora Directora pôr a boca no trombone, literalmente, é que vossemecê veio dizer que havia instalações para acolher as crianças. Os funcionários da Câmara vão receber horas extras pelos trabalhos durante o fim-de-semana, hem?
Reitor

domingo, 1 de outubro de 2006

Debata-se, pois.

Esta a decorrer um debate nacional sobre educação, promovido pela Assembleia da República e pelo Governo e organizado pelo Conselho Nacional de Educação.
A questão que estrutura todo o debate é a seguinte:
Pela parte que me toca, proponho:
1 - Que se leia o Manifesto para a Educação da República.
2 - Que se leiam os escritos de Guilherme Valente, Carlos Fiolhais e Nuno Crato sobre Educação.
3 - Que se demitam todas as chefias, coordenações intermédias e de cúpula da Direcção Geral de Inovação e Desenvolvimento Curricular, a mãe de todas as asneiras.
4 - Que as Direcções Regionais de Educação sejam esvaziadas de todas as competências de "gestão das escolas" e se dediquem, "apenas", à manuetnção dos equipamentos escolares, produção de estudos e estatísticas de âmbito regional, resolução de conflitos; resolução de recursos/reclamações, funções gerais de acompanhamento, validação de processos, controle de custos, uniformização de procedimentos e avaliação das escolas.
5 -Nesta linha, proponho a redução em 60% do pessoal que trabalha, actualmente, em cada Direcção Regional, em cada nível de decisão - na sua maioria em resultado de nomeação política ou cunha.
6 - A responsabilização/distinção pessoal de cada funcionário/agente pelas funções que exerce: pelos resultados obtidos e pela qualidade do trabalho realizado.
7 - A responsabilização efectiva de pais e alunos pelo comportamento destes na escola.
8 - Uma maior correlação das faltas dadas ao serviço com o vencimento.
9 - a devolução às escolas, melhor, à direção das escolas da capacidade para avaliar os seus funcionários, todos eles.
10 - A transferência para a direcção das escolas da capacidade para, anualmente, poder exonerar e/ou admitir 5% do seu pessoal.
11 - A atribuição à direcção das escolas (formada maioritariamente por pais) da competência exclusiva para admitir/demitir o (s) responsável (veis) pela gestão diária.
12 - A devolução aos pais da LIBERDADE para escolher a escola dos filhos

Eis algumas ideias que poderão melhorar a Educação nos próximos anos. Nada que qualquer português com mediana inteligência e juízo quanto baste não saiba há muito tempo.

Reitor