quinta-feira, 19 de outubro de 2006

Mais Autonomia - II


Ora aí está mais um exemplo (neste caso, exemplar mesmo) de como a adminstração educativa "vê" a autonomia das escolas. Já calculava que o Gabinete de Gestão Financeira do ME, esse pai de todos os desperdícios, cego surdo e mudo à diferença e à identidade de qualquer escola, faria orelhas moucas às palavras de qualquer Ministra da Educação. De hoje ou de ontem.
Informam-se as escolas que, considerando que a utilização dos cacifos se
destina a evitar que os alunos tenham de, diariamente, transportar material
escolar e que não existe enquadramento legal para a cobrança de quaisquer
importâncias aos alunos, não se justifica a cobrança de qualquer montante no
caso vertente.

Podem os ministros falar em autonomia, podem ser publicadas leis, podem as escolas reclamar por mais... Não virá nada, a não ser competências vazias de conteúdo e poderes fáticos.
Haverá sempre, literalmente, o Dr. Edmundo Gomes a lembrar esses serviços educativos periféricos, que não sabem fazer mais nada senão garantir que as crianças e jovens estão ocupados enquanto os pais labutam, que quanto ao dinheirinho, ele é que sabe. O G.G.F. é que manda.
Alguma vez este mastodonte (o GGF, claro) iria aceitar que uma escola gerisse com autonomia o seu orçamento? Ou que pudesse ter liberdade para colher a justa retribuição pelos serviços que presta à comunidade? Claro que não.
Nunca em caso algum se poderá falar em autonomia das escolas se as mesmas não tiverem, sequer, competência para alugar os seus equipamentos e instalações.
Tristes e ridículas estas orientações do G.G.F.. Muito mais agora que tanto se fala de autonomia.
Pelo menos ficámos a saber que as escolas portuguesas estão impedidas de alugar cacifos aos alunos. Já sabíamos que algumas nem sequer verba têm para o papel higiénico que gastam. E que o mesmo é fornecido aos alunos a conta-gotas e após pedido prévio.
Grande país este e grande autonomia esta a das escolas.
Reitor

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