segunda-feira, 31 de março de 2008

Prós e Contras - Parte 1

Não conhecia João Sebastião. Está a ter uma participação lamentável e triste: lamentável por defender o eduquês, o poder e o seu tachinho... Triste pela figura, ligeiramente boçal, vincadamente proletária, mais para o Sabastião que para o Sebastião. O Guinote picou-o e o Palma fez-lhe um lanho de ponta e mola.

O Guinote esteve muito bem ao ligar o "novo" estatuto do aluno ao estatuto do Guterres. De facto, voltamos à mesma lenga-lenga de asneiras que o "apaixonado" Guterres difundiu por todo o edifício educativo. Obviamente que a indisciplina não tem a ver com raças nem culturas, nem condições sociais. Tem a ver com a educação dos jovens, com os objectivos que têm para a vida e com o VALOR social da escola, incutido pela família e pelo Estado. Note-se que os jovens hoje dão cada vez menos valor à escola e à educação porque olham para lado - para o Estado, para as Câmaras Municipais e outras Instituições - e vêem que o que tem valor é a iniquidade, a parcialidade, a discriminação, o compadrio, a cunha, o amiguismo e o nepotismo.

O AA não falou ainda?!?!?! Mandou o Fernando Gomes: ponderado, pertinente.

A Joana Amaral Dias está cada vez melhor. E rodeada por dois incompetentes: o José Gil por questões de idade e o Presidente do Conselho das Escolas por falta de jeito. Olhem para ele, até foge da moça, está todo encolhido. Chega-te para ela morcão.

Reitor



domingo, 30 de março de 2008

Curiosidades de um país desgovernado desde que há democracia

Embora tenham passado quase despercebidas, o JN publicou duas notícias de relevante interesse nacional. Uma na edição de ontem, relativa ao aluguer de helicópteros:

"Os valores estão ainda a ser negociados, mas a factura por utilizar os
helicópteros do Estado no combate a incêndios deverá ser mais elevada para a
Protecção Civil do que a habitualmente paga no aluguer a empresas privadas. Um
cenário que não choca o ministro da Administração Interna, Rui Pereira, para
quem a questão não pode ser tratada "numa perspectiva estritamente
economicista".

Outra na edição de hoje, relativa ao "serviço público" de oftalmologia:

"o Hospital Padre Américo (hoje integrado com a unidade de Amarante no Centro
Hospitalar de Tâmega e Sousa), em Penafiel, estudou e decidiu firmar uma
parceria público-privada com uma clínica oftalmológica do Porto, possibilitada
pela autonomia dada pelo estatuto de entidade pública empresarial da unidade
".
O administrador do Hospital Padre Américo fez aquilo que o Estado, normalmente e salvo raras excepções, não saber fazer: prestar o melhor serviço (melhor relação qualidade/preço) quando há concorrência. O Estado e os seus "gestores de aviário" com cartão a condizer não estão preparados para concorrer salutarmente com o sector privado na oferta dos melhores serviços ao cidadão. Se se abre à concorrência, perde.
O Estado, totalmente incapaz, aluga helis a si próprio por preços mais elevados que os praticados pelo sector privado; são os privados que, a menor preço, limpam as listas de espera em oftalmologia e em muitas outras especialidades médicas (Deus nos livre se não fossem as convenções e os hospitais privados. Portugal seria um país de 3º mundo). Nos transportes, nem falar; na aviação, teve de entregar a TAP a uma equipa de gestores privados; as redes de telecomunicações, gás e água estão cada vez mais afastadas da gestão (e da propriedade) pública, enfim, até as Câmaras (esses exemplos nobres de despesismo) entregam a gestão de serviços a privados.
E a educação? É certo que, cada vez em maior numero e cada vez com mais "clientes", os privados penetram no mercado educativo e são cada vez mais responsáveis pela oferta educativa aos portugueses.
Mas, falta colocar ainda uma questãozinha que, na minha opinião, terá, mais cedo que tarde, uma resposta arrasadora para o imenso Estado que (des)governa a educação.
Quanto custa em média a formação de um aluno ao Estado? Por ano lectivo ou por ciclo de estudos?
E quanto custa, em média, a mesma formação obtda em escolas privadas?
Será que se passa o msmo que com os helis? Será que, para um ensino de idêntica qualidade, a escola privada é mais barata que a "escola pública"?
Dizem-me que o custo da formação de cada português ao Estado será mais elevado nas escolas públicas do que nas escolas privadas, mesmo juntando, nestas, a natação e a equitação!
É difícil de acreditar, pois é?
Mas, enquanto não se souber ao certo os custos que o Estado tem com a educação básica e secundária dos portugueses nas escolas públicas, nunca saberemos ao certo a resposta a esta questão, pois não?
Reitor

sábado, 29 de março de 2008

Ainda falta levantar uma pedra...

Alguém faz o favor de me explicar as razões para que, numa turma de 29 alunos, 20 reprovassem se o ano escolar terminasse agora?

Ou muito me engano, ou o Conselho Directivo arrumou numa única turma os alunos mais fracos do Carolina, digo, os alunos com percursos escolares de insucesso (o eduquês também se pega aos jornalistas)! Não?
E que tal, se as autoridades fossem ver porque carga de água é que uma das turmas do 9º ano do Carolina é tão mal-frequentada? E nos esclarecessem! Hem?
Reitor

Não vos adianta vestir a pele do cordeiro...

Para que conste, aqui ficam os nomes (e círculo eleitoral) dos deputados socialistas que referem ser ou ter sido professores. Excluí aqueles que referem expressamente serem professors do Ensino Universitário.

Agostinho Moreira Gonçalves, Porto
Alcídia Maria Cruz Sousa de Oliveira Lopes, Porto
Aldemira Maria Cabanita do Nascimento Bispo Pinho, Faro
Deolinda Isabel da Costa Coutinho, Braga
Fernanda Maria Pereira Asseiceira, Santarém
Fernando dos Santos Cabral, Guarda
Horácio André Antunes, Coimbra
Jacinto Serrão de Freitas, Madeira
Jaime José Matos da Gama, Lisboa
João Cândido da Rocha Bernardo, Aveiro
Jorge Manuel Capela Gonçalves Fão, Viana do Castelo
José Augusto Clemente de Carvalho, Lisboa
Jovita de Fátima Romano Ladeira, Faro
Júlio Francisco Miranda Calha, Portalegre
Leonor Coutinho Pereira dos Santos, Lisboa
Manuel António Gonçalves Mota da Silva, Braga
Maria Celeste Lopes da Silva Correia, Lisboa
Maria Helena da Silva Ferreira Rodrigues, Vila Real
Maria Irene Marques Veloso, Lisboa
Maria Júlia Gomes Henriques Caré, Madeira
Maria Manuel Fernandes Francisco Oliveira, Setúbal
Maria Odete da Conceição João, Leiria
Maria Teresa Alegre de Melo Duarte Portugal,Coimbra
Miguel Bernardo Ginestal Machado Monteiro Albuquerque, Viseu
Paula Cristina Barros Teixeira Santos, Vila Real
Pedro Manuel Farmhouse Simões Alberto, Lisboa
Renato Luís Pereira Leal, Açores
Ricardo Manuel Ferreira Gonçalves, Braga
Rosa Maria da Silva Bastos da Horta Albernaz, Aveiro
Rosalina Maria Barbosa Martins, Viana do Castelo

Reitor

quinta-feira, 27 de março de 2008

Vai sair cara a festa!

A professora da Escola Secundária Carolina Michaelis, no Porto, que foi alegadamente vítima de agressão por uma aluna formalizou hoje uma queixa judicial contra a jovem. Além da estudante, a docente apresentou ainda uma queixa contra a turma onde ocorreu o incidente e um pedido de responsabilização para dois alunos maiores de 16 anos
Entretanto a aluna agressora vai ser transferida de escola.
A aluna da Escola Secundária Carolina Michaelis, no Porto, que maltratou uma professora de francês por causa de um telemóvel, vai ser transferida para outra instituição escolar, confirmou hoje fonte da DREN.
Aposto que vai para a Escola Gonçalves Zarco em Matosinhos, como a que puxou os cabelos à professora... Daqui a nada, esta escola passa a ficar com a imagem de depósito do lixo da DREN. Cuidado...
Reitor

Mais uma dentada

Mão amiga enviou-me o link desta Nota Informativa dos Conselhos Executivos de algumas escolas de Braga, relativa à avaliação dos professores.

Curiosamente, uma das escolas signatárias, a Escola Secundária Alberto Sampaio, obteve classificação máxima em todos os domínios da avaliação externa como se pode ver no relatório disponível no canto superior direito da sua página e aqui. Não é todos os dias que vemos presidentes de conselhos executivos, nomeadamente de escolas "bem vistas pela inspecção" a dizerem o que dizem aos seus superiores. Parabéns. Ainda há portugueses e portuguesas que têm a dignidade no devido lugar. Bem hajam, mesmo que nada adiante a vossa tomada de posição. Só vos honra como profissionais e como cidadãos.
Reitor

terça-feira, 25 de março de 2008

É isso mesmo. Perguntem-lhes!

Mais uma vez Helena Matos delicia-nos com um post brilhante. E que contém a solução para muitos males da educação.

"Não se pode perguntar-lhes em que escola querem colocar os filhos?
Boa parte das pessoas que escreve, fala e defende o actual status quo do sistema de ensino não tem os seus filhos ou netos na escola pública, durante a escolaridade obrigatória. E se por acaso ousa tal opção regra geral consegue que a criança frequente as turmas “dos filhos dos professores”. Portanto não penso que adiante muito toda esta discussão em torno da autoridade na escola, do eduquês, do papel dos professores… Tendo em conta que, em Portugal, o ensino é obrigatório apenas me parece que faz sentido exigir que essa obrigatoriedade não se estenda também à frequência do ensino público e dentro deste ainda duma determinada escola, geralmente determinada pela área de residência. A criação do cheque-ensino para o ensino obrigatório a ser afectado pelas famílias à escola pública ou privada que quisessem criaria uma efectiva liberdade de escolha.
Por exemplo, em que escolas entregariam os seus cheques-ensino os pais que têm filhos no Carolina Michaelis ou na EB 2-3 de Tarouca? Aliás toda esta problemática se resolveria com muita facilidade se alguém um dia sugerisse que os filhos dos detentores de cargos públicos e políticos deveriam frequentar a escola pública durante o ensino obrigatório. Como as criancinhas não têm culpa e muito menos podem ser usadas desta forma creio que perguntar aos participantes nestas discussões em que escola estudaram ou estudam os seus filhos já é mais do que meio caminho andado"
.

É. Bastaria perguntar aos psicólogos, psiquiatras, e a todos os experts que têm aparecido na TV a perorar sobre a indisciplina na escola, em que escola têm os filhos e os netos. E, se for numa escola pública, ver o nome dos outros alunos da turma...
A possibilidade de os cidadãos terem a liberdade - sim, a liberdade que lhes continua a ser negada num Estado dito de Direito e Democrático - de escolher a escola dos seus filhos, seria o maior passo para melhorar o estado da educação em Portugal. Reduziria as más práticas, afastaria os Conselhos Directivos incompetentes, responsabilizaria todos pela construção de uma escola pública de qualidade.
Enquanto os nossos filhos e netos forem obrigados a frequentar as escolas que escondem participações disciplinares, cujos processos disciplinares ficam na gaveta à espera de melhores dias, cujos alunos maltratam os professores e, como pena, os "castigam" com actividades de limpeza das instalações e de apoio à cozinha - como, ouvimos hoje na RTP1, fazem no concelho presidido pelo Meneses do PSD - estamos conversados.
Perguntem aos pais se querem colocar os filhos no 9ºC do Carolina?
Deixem os pais fazer as suas escolhas pois, mesmo que se venham a revelar erradas, serão sempre as suas escolhas e não as que outros fazem por eles.
Reitor

segunda-feira, 24 de março de 2008

O texto que não escrevi mas gostaria de ter escrito

Se os exemplos viessem de cima, há muito que a Sra. Ministra da Educação teria desempanado a loja. Como ainda não o fez, aproveite agora... Leia o texto de antologia que o Mário Crespo escreve no JN, dê-o a ler aos seus rapazes e comissários (as) para aprenderem a postura que devem adoptar se, no futuro, vierem a exercer um cargo público, o que duvido. P.f., Envie-o por fax ao Sr. Ingº.

"Tira os adjectivos e ficas com os factos. Atticus Finch advogado no Alabama, in Não matem a cotovia - Harper Lee.
Vi há semanas uma excelente encenação do Cândido de Voltaire, no Maria Matos, em Lisboa. Uma das personagens, o filósofo germânico dr. Pangloss, que encontrava sempre um aspecto redentor em praticamente tudo (já que este era o melhor dos mundos possível), ao desembarcar na frente ribeirinha de Lisboa no dia do terramoto de 1755, vê tudo destruído e no meio das ruínas a gentalha a pilhar num saque sanguinário. Questionado por Cândido sobre o que era aquilo, responde "... Isto é o fim do Mundo".
Pivot
Boa noite, uma professora foi agredida na escola Carolina Michaëlis, no Porto. A cena foi registada em vídeo por um telemóvel e divulgada no YouTube.
(Segue Vídeo 1' 10")
Se o incurável optimista Pangloss tivesse visto o vídeo da aula de Francês no 9.º C, só podia ter comentado que era o fim do Mundo. E foi. O vídeo, a boçalidade dos comentários de quem filmou, os ataques selváticos de quem atacou, a birra criminosa da delinquente a quem tiraram o telemóvel, a indiferença da maioria da turma pelo horror do que se estava a passar mostram o malogro do sistema administrado pelo Ministério da Educação.
"Há… há… ha...ha...ha"
"DÁ-ME O TELEMÓVEL"
Há um caso exemplar no historial governativo socialista onde Maria de Lurdes Rodrigues podia ir buscar inspiração. Em Março de 2001, depois da queda da ponte de Entre-os-Rios, o ministro da tutela anunciou que se demitiria com efeitos imediatos. Foi a maneira consciente de mostrar responsabilidade.
"Sai da frente... sai da frente!"
Por favor, façam-me a justiça de não considerar sequer que estou a fazer comparações. A enorme crise que atravessa o sistema educativo em Portugal e a queda de uma ponte cheia de pessoas em cima, com as consequentes fatalidades, são situações de gravidade específica que não toleram comparações. O que digo é que a decisão de Jorge Coelho de se retirar de funções porque a ponte de Entre-os-Rios era responsabilidade de vários departamentos do seu ministério, é o modelo de comportamento governativo.
"Ó Rui, ó Rui, ó Ruizinho!"
Maria de Lurdes Rodrigues tem um tremendo desastre entre mãos e contribuiu directamente para ele com as suas políticas de desrespeito de toda a classe docente e com o incompreensível arrazoado de privilégios estatutários garantísticos aos discentes, que estão a condenar toda uma geração e a comprometer o futuro de todo um país.
"Ó gorda, ó p (...), sai daí!"
Depois de todos termos, finalmente, visto aquilo que realmente se passa nas nossas escolas, nada pode ficar na mesma. A DREN, que já se devia ter ido embora no escândalo do professor Charrua, tem de sair porque aquela gente obviamente não sabe o que está a fazer. O Conselho Directivo da Carolina Michaëlis tem de ser imediatamente substituído por gente capaz de proibir telemóveis e de impor (não tenham medo da palavra), impor, um ambiente de estudo na escola pública. Reparem que durante o desacato e o linchamento da professora nenhum dos alunos abre a porta da sala de aulas e pede ajuda.
"Sai da frente... sai da frente!"
Isso atesta que já não ocorre aos próprios alunos que haja na escola alguém capaz de impor disciplina e restabelecer a ordem.
"Olha a velha vai cair!"
Por isto a Turma do 9.ºC tem de acabar! Por uma questão de exemplo, os alunos têm de ser dispersos por outras turmas e o 9.º C deve ficar com a sala fechada o resto do ano, numa admoestação clara de que este género de comportamento chegou ao fim. Maria de Lurdes Rodrigues não pode ficar à espera de receber outra vez o apoio do primeiro-ministro. Depois disto, é seu dever sair do cargo. E não é, como diz constantemente, a mais fácil das soluções. É a medida necessária para que haja soluções. A saída da ministra é, viu-se agora, uma questão de segurança nacional. É a mensagem necessária para a comunidade escolar, alunos e professores, entenderem que o relaxe, a desordem e o experimentalismo desenfreado chegaram ao fim. Que não há protecção política que os salve já da incompetência do Ministério, da DREN e de tudo o mais que nestes três anos nos trouxe à vergonhosa situação que o vídeo do YouTube mostrou ao país e ao Mundo. Uma questão mais os sindicatos viram as imagens de um crime a ser cometido em público contra uma professora. Façam o que devem. Façam as devidas queixas-crime contra a aluna agressora e contra quem filmou e usou abusiva e ilegalmente da imagem da professora a ser martirizada. O crime foi visto por todos. O Ministério Público tem competência para mover o adequado processo contra esses alunos. Cumpram o vosso dever sem tibiezas palavrosas. Já não se pode perder mais tempo com disparates".
Mário Crespo

Reitor

domingo, 23 de março de 2008

Porque não se queixou a professora agredida?

Esta questão corre pelo país. Ouvimo-la nos supermercados, nas paragens de autocarro, nas barbearias, enfim, em tudo o que é espaço público.
PORQUE NÃO SE QUEIXOU, no mesmo dia em que foi agredida, a professora do Carolina Michaelis?
Este comissário disfarçado de anjinho já veio dizer porquê:

Como bem alertou Ramiro Marques, o Presidente do Conselho das Escolas ainda disse algo mais grave: que estes problemas não são regra nas escolas. São excepção!? Excepção, senhor presidente? Não estará a ver mal o assunto?
São estas afirmações desculpabilizadoras e irresponsáveis do comissário que preside ao Conselho de Escolas (que, para além de não ter uma palavra de censura para a aluna, ainda teve tempo de dizer que a culpa era dos telemóveis...). São as atitudes e decisões de outros comissários políticos que justificam o pântano em que caiu a educação no nosso país: não se combate com firmeza a indisciplina, nem nos discursos e acções dos dirigentes políticos e dos sesu ajudantes, nem nas escolas. Para mim o que motivou que a docente não tivesse apresentado queixa foi o facto de presumir que não adiantava nada, que ia perder tempo e incomodar-se para nada. Nem o Conselho Directivo nem a Direcção Regional iriam interessar-se pelo caso. É a sensação de isolamento, de abandono, de sentir que os problemas disciplinares são probelmas de quem os vive e não da escola como instituição, a sensação de que ninguém quer saber, de que as participações são perda de tempo que justifica que nem os professores nem os alunos a elas recorraram quando são vilipendiados e abusados.

É o discurso político, sociológico e psicológico que, retirando ao aluno o centro da responsabilização, se torna descupabilizador e irresponsável e que justifica a não apresentação de queixas.
São as regras e estatutos criados pelos políticos do nosso tempo que levam a indisciplina e o crime para a escola: descriminalizou-se o consumo de drogas, proibiu-se a publicitação do nome dos que prevaricam e são punidos, passam-se alunos que faltam às aulas, é crime o estalo que os bons pais ainda dão aos filhos que prevaricam, enfim, pôs-se o professor ao nível do aluno: o professor tem de provar que o aluno se porta mal, tem de relatar as expulsões da sala de aula, tem de fundamentar bem a aplicação de penas (que nem se designam assim para não melindrar os jovens), tem de justificar bem justificadinho e às vezes na presença do aluno , porque lhe confiscou o telelé, tem de ser um autêntico BANANA para sobreviver na escola que o políticos de aviário do pós 25 de Abril foram construíndo com a ajuda dos sindicatos e dos bons-vivant da esquerda caviar que, entretanto, foram escolhendo os melhores colégios para os seus rebentos.
As culpas estão aqui.

Reitor

sábado, 22 de março de 2008

Intrujão ou Como os maus exemplos vêm sempre de cima...

Espera-se sempre do Governo e dos servidores do Estado que as práticas sejam iguais aos discursos. E que não se engane o povo.
Como dizem estes amigos da educação, autênticos guardiães das gerações vindouras, a agressão da aluna à professora da Escola Carolina Michaelis, no Porto, está a ser aproveitada politicamente. Há um aproveitamento político do Governo, digo eu, para se vender o Estatuto do Aluno, a Lei nº 3-"Porreiro Pá"/2008 de que aqui falei.

O Secretário de Estado da Educação, Valter "Excesso Grave de Faltas" Lemos em vez de fazer o que lhe compete e para que é pago que, salvo erro, é ajudar os pais a educar os filhos, veio aproveitar-se politicamente da incrível e ainda não suficientemente condenada agressão verificada no Porto. Em vez de cuidar para que nas escolas sob a sua superintendência não ocorressem agressões deste calibre e, caso ocorressem, cuidar para que os seus autores fossem detidos, se fosse o caso, e impedidos de voltar a entrar no espaço escolar, veio chamar "ignorante" e "irresponsável" ao deputado Pedro Duarte.

Em vez de cuidar da segurança dos cidadãos que trabalham para o seu ministério, matéria da sua responsabilidade, o ignoto e faltoso Valter veio dizer-nos que o novo Estatuto do Aluno "permite combater a violência"! Verdade! Em vez de nos explicar porque é que um serviço de si dependente, a DREN, desrespeitou uma decisão da mesma escola de expulsar uma aluna que havia agredido uma docente há alguns meses, veio defender um Estatuto que até prevê, para se expusar um aluno agressor, que o Presidente/Director tenha de ouvir a Associação de Pais!!!!. É incrível, mas é verdade. Vejam aqui:

Não fosse o Primeiro Ministro um homem habilitado pelo "Programa Novas-Oportunidades- Antes-De-Ter-Sido-Criado" e este rapazola socialista já teria sido demitido por trapaceiro.

O "novo" Estatuto do Aluno é tão bom e tão útil à sociedade que, segundo o servente de governante, está a ser aplicado numas escolas e noutras não!?
É uma Lei que veio permitir aos alunos passar de ano sem frequentar as aulas, bastando realizar uma prova de recuperação (não se sabe como é que um aluno que falta às aulas comparece na prova, mas enfim)! E, naquela espécie de disciplinas do eduquês, designadas por Áreas Curriculares Não Disciplinares, os alunos podem faltar sempre que nem sequer são sujeitos à prova de recuperação.

É um Estatuto que, por desleixo dos alunos e das famílias, obrigará os professores a mais reuniões desnecessárias (o Conselho de Turma reúne sempre antes de o aluno ser excluído da disciplina por excesso de faltas)!
É um Estatuto que deita por terra as emendas que David Justino tinha feito ao Estatuto guterrista, piorando e burocratizando a aplicação de medidas disciplinares.
Enfim, é uma Lei tão pertinente, necessária e desejada pelas escolas que não conheço NENHUM professor que a defenda nem nenhuma escola que a esteja a aplicar integralmente.
Aliás, conheço sim escolas que mandaram às malvas o Novo Estatuto do Aluno nunca o tendo aplicado desde o dia em que nasceu.

Reitor

quinta-feira, 20 de março de 2008

quarta-feira, 19 de março de 2008

Pode alguém ser quem não é?

Foi com este título que Helena Matos abriu ontem o seu artigo no Público e que pode ser encontrado aqui, no Blasfémias. Um excelente artigo de opinião e um fiel retrato psicológico dos nossos políticos, nomeadamente do mais visível: o Primeiro Ministro, Ingº Sócrates.
"Essa maioria que nos chega devidamente encaixilhada em molduras de encenada
intimidade onde, com evidente desconforto, exibem não o que são mas sim o que
gostavam de ser. Daí que no fim nos apeteça invariavelmente perguntar: pode
alguém ser quem não é?
No caso de José Sócrates seria muito melhor que seus
assessores o convencessem a ser ele mesmo. Como foi no dia em que, contra a
risota nacional nascida das fotografias que chegavam dumas casas situadas nos
arredores da Guarda, declarou que os projectos daquelas casas eram seus. E
sobretudo como devia ter sido quando confrontado com o enredo do seu percurso
académico"
.
Na mouche. A ler

Reitor

terça-feira, 18 de março de 2008

A voz dos que perdem

Um leitor enviou-me a seguinte declaração de voto de dois membros do Conselho de Escolas. Segundo as minhas fontes é verídica e torna mais perceptível, até justificável, aquela "mudança de agulhas" feita à última hora nos discurso oficial.

Aqui vai ela:

"Declaração de Voto de vencido"

Votei contra o parecer aprovado pelo Conselho das Escolas (CE) relativo ao processo de avaliação de desempenho do pessoal docente, em reunião extraordinária em 12/03/2008, pelas seguintes razões:
Quem está no terreno constata diariamente da insatisfação e perturbação que todo o processo de avaliação do pessoal docente tem causado nas escolas, recentemente visíveis nos desenvolvimentos político-laborais que são de todos conhecidos.
A deliberação tomada pelo CE não descortina uma solução que apazigúe este clima de descontentamento, pelo que vejo com preocupação o futuro, nomeadamente quanto ao normal funcionamento da escola e ao seu prestígio social.
Sobre o processo de avaliação do pessoal docente, o Conselho das Escolas pronunciou-se em de 21/01/2008, tendo aprovado e dirigido ao Governo um conjunto de Recomendações que, pela sua actualidade e pertinência, se sublinham:
1 - O Ministério da Educação deve diferir o processo de avaliação de desempenho do pessoal docente, entretanto iniciado, para momento posterior ao da publicação de todos os documentos, regras e normas legais previstos no Decreto-Regulamentar 2/2008 de 10 de Janeiro.
2 - Cumprida que esteja a publicação das normas referidas no ponto anterior, deve o Ministério da Educação conceder às escolas um período de tempo mínimo e necessário à adequação e actualização dos seus instrumentos de regulação internos, designadamente o Projecto Educativo, o Regulamento Interno e o Plano Anual de Actividades.
3 - O Ministério da Educação deve suspender, até que sejam corrigidas, as informações que estão a ser veiculadas no fórum criado pela DGRHE sobre esta matéria e que se reputam de erróneas.
4 - Mais uma vez, este Conselho reitera junto do Ministério da Educação, o entendimento de que é manifestamente inexequível a aplicação do novo modelo de avaliação do pessoal docente, nos termos, prazos e procedimentos com que está actualmente a ser aplicado.

Ou seja, este Conselho já se pronunciou, inequivocamente, pela inexequibilidade do processo de avaliação, tal como ele se apresentava.
Cumprida que foi a sua função e por razões que o ultrapassam, constata-se que as Recomendações então emitidas não foram consideradas em toda a sua extensão pelo Ministério da Educação. Nem tinham que o ser, diga-se em abono da verdade.
Decorrido este lapso de tempo, foi por demais evidente o crescimento progressivo de um forte descontentamento nas escolas e o surgimento de claros constrangimentos organizacionais, no que tange, nomeadamente, à complexidade do sistema de avaliação, à operacionalização das fichas de avaliação, à qualidade e pertinência dos itens de avaliação, à definição de indicadores de escola, aos prazos de aplicação do modelo, à utilização como objectivos individuais de avaliação dos resultados escolares dos alunos, à definição e competência dos avaliadores e, ultimamente, a todo o quadro de contestação legal de que tem sido alvo o processo.
Tal como à data afirmámos, um processo de avaliação de desempenho do pessoal docente de tal importância e dimensão exige da parte de todos os interessados e intervenientes um cabal conhecimento do mesmo, de modo a ser compreendido e interiorizado por todos os actores, sob pena de a sua eficácia ficar irremediavelmente comprometida, dele resultarem situações jurídico-legais dificilmente sanáveis e sérios e previsíveis prejuízos no normal funcionamento das escolas.
Acresce que os últimos desenvolvimentos vieram mostrar, também, que os próprios destinatários do processo de avaliação não lhe reconhecem mérito.
Com base nestes considerandos, entendo que o CE deveria ter aconselhado a Sra. Ministra da Educação a:

1 - Suspender o presente processo de avaliação dos professores, criando assim as condições necessárias à promoção de um modelo de avaliação capaz de suprir as principais debilidades
2 - Contabilizar integral e retroactivamente, a título excepcional, o tempo de serviço prestado até à entrada em vigor do modelo de avaliação referido no número anterior para efeitos de progressão na carreira, nos termos da avaliação efectuada.
3 - Exigir aos professores contratados, a título excepcional, uma avaliação nos termos do último modelo de avaliação aplicável.

Caparide, 12 de Março de 2008
José Eduardo Lemos, Conselheiro do Distrito do Porto
José Alfredo Mendes, Conselheiro do Distrito de Braga
Fim de citação

Pena é que não que estes conselhos sejam subscritos apenas por 2 dos 50 conselheiros!! Cadê os outros?

Reitor

segunda-feira, 17 de março de 2008

VIVA O EXPRESSO, SEMPRE ALERTA

O Expresso de sábado, 15 de março, colocou lado a lado com o seu editorial, um artigo de opinião do seu director, Henrique Monteiro, cujo objectivo pretendeu claramente denegrir a luta dos professores.

O editorial com um discurso sobre o pressão da rua, usando referências comparativas ao PREC, mais não quis que ilegitimar uma das formas de manifestação mais caras à democracia.



Vergonhosamente, e em complemento, (coincidência?!! Ah! Ah!) o artigo de opinião de Henrique Monteiro, pretendeu através de uma manipulação grosseira de números, que recorrentemente vêm a lume, demonstrar que os professores ganham demais e ainda assim , são o mal hediondo da Educação no país.

Um leitor fez-nos chegar a carta que lhe enviou.


"Sr. Henrique Monteiro (HM)

Li, diga-se, com alguma surpresa, o seu artigo de opinião “NÚMEROS SOBRE EDUCAÇÃO QUE O VÃO ESPANTAR”.
Com surpresa, devo confessá-lo, porque me habituei a ver os seus escritos abordarem os assuntos de forma séria, concordando-se com a sua perspectiva ou não, com um rigor e coerência de aplaudir numa época em que, sobretudo, alinhar pela demagogia e pela “espuma dos dias” é o que está a dar.
Mas o artigo citado supra foi infeliz, porque é a negação de tudo quanto nos habituou.
Infeliz porque, não me tendo na conta de ingénuo e acreditando que em matéria de jornalismo nada é inocente, o óbvio salta à vista: o seu artigo complementa o Editorial do Expresso e vice-versa, colocados estrategicamente lado a lado na mesma edição, fazendo transparecer uma imagem em que os professores saem a perder, num momento em que no sector da Educação se vivem momentos conturbados a que ninguém pode ficar indiferente. E o Expresso tomou a posição que quis.
Não se nega a HM, bem como ao Expresso, o direito de ter e manifestar as suas opiniões livremente. Mas que não esqueçam, um e outro, que têm também o dever, quanto mais não seja, moral, pelo seu passado, de fazer o seu trabalho seriamente. E, desta vez, salvo melhor opinião, neste aspecto, HM e Expresso falharam redondamente.
O Expresso parece alinhar num daqueles esquemas propagandísticos camuflados que, não sei se inconscientemente ou movido por algum desígnio desconhecido, se tornou moda em grande parte da comunicação social: ir contra a corrente da contestação dos professores, mesmo que esta seja intrinsecamente justa, crendo assim que acentuam e demonstram a sua independência e isenção mas, na prática, fazendo o jogo que interessa à outra parte.

Abre-se, já agora, um parêntesis para manifestar o conhecimento que, de repente, tantos e tantos, têm sobre Educação, sobre ela falando de cátedra, sabendo mais sobre o assunto do que muitos que a ela dedicaram dezenas de anos das suas vidas. Muitos, quando se trata de Educação, só porque andaram na escola, parecem prémios Nobel a emitir juízos sobre a matéria o que, curiosamente, não fazem relativamente a outras áreas de actividade. Falar de educação não deve ser, obviamente, uma reserva daqueles que a ela se dedicam mas exige-se, sobretudo aos jornalistas da imprensa dita de rigor, que quando o façam tenham em conta e respeitem as opiniões de quem faz desta actividade a sua profissão. E 100 000 opiniões não serão despiciendas, creio eu.
Não pretendendo dar lições sobre a matéria a ninguém e muito menos a si, Sr. Henrique Monteiro, quer-me parecer que muita da informação escrita sobre o problema dos professores está inquinada de grande leviandade de análise e contagiada por preconceitos ou juízos a priori por parte dos que sobre o assunto se manifestam o que, num jornalismo de referência, é criticável.

Com efeito, o artigo de HM mais parece uma daquelas peças jornalísticas “para encher”, passe a redundância, com curiosas curiosidades, começadas pela tradicional expressão “Sabia que…(?)”. Um estilo estafado que Henrique Monteiro teria obrigação de evitar, quando o assunto é sério. Ou poder-se-á inferir que se usou este truque demagógico de aproximação ao subentendido e próximo “caro leitor” traduzido no popular “Sabia que…” para o convencer, através dos aparentemente irrefutáveis factos que resultam dos números estatísticos apresentados e que, pasme-se, o "espantarão" e o maravilharão por algo nunca visto e em que ninguém jamais tinha pensado; felizmente que HM, não se deixa enganar e, sempre alerta, ilumina os portugueses que viviam na escuridão.
O que o artigo parece querer verberar e subliminarmente querer transmitir é: Como será possível ter alguma simpatia pelos professores depois de se saber quanto ganham? Malandros! Ganham salários de luxo e ainda se atrevem a protestar? Vão trabalhar... Pouca diferença faz dos que na rua lançam de forma populista e provocadora tais impropérios.
H M sabe que a manipulação de estatísticas é fácil (não, não vou citar o exemplo do “copo meio cheio ou meio vazio”) e leva demagogicamente, de forma evidente, a conclusões simplistas. E virá HM dizer que não acusa os professores, que só refere os seus salários para constatar o óbvio, que na Turquia é assim, no Chile é assado… Como se o mal estivesse na média do valor dos salários. Ou seja, se os professores ganham tão bem, teriam obrigação de fazer melhor. Falácias atrás de falácias, que muito me admiram em Henrique Monteiro. As condições de trabalho, a organização dos sistemas, o nível cultural adveniente do chamado “currículo oculto” veiculado por grande parte das famílias portuguesas, etc. seriam sempre factores, se quiséssemos ser honestos na análise, a ter em conta na abordagem do assunto.
Não é tudo uma questão de dinheiro.
HM preferiu esgrimir e interpretar números, chegando à conclusão, inferida, de que se a educação está mal em Portugal, a culpa é dos professores. É sintomática a forma como o artigo é iniciado: “Sabia que Portugal é um dos países onde os professores mais ganham?”
E é esta a ideia forte que fica. Um mito conveniente, inúmeras vezes desmentido não resistindo a uma análise ainda que rápida, mas sempre recuperado e que cumpre, eficaz e demagogicamente, a sua missão.
Se a Educação está mal, gastando-se nela tanto dinheiro, ganhando os professores tão bem e havendo necessidade de encontrar culpados para este estado de coisas, quem será que está mais a jeito?
Os professores terão alguma quota-parte da responsabilidade no estado da arte, posso admiti-lo, mas não serão os principais actores do sistema a quem as culpas deverão ser atiradas.
Se assim fosse, pela mesma ordem de ideias, deveríamos atirar as culpas para cima dos jornalistas por Portugal apresentar uma das piores taxas de leitura de jornais. Como, de facto, assim é, os jornalistas portugueses nunca justificarão os salários que ganham; sempre serão incompetentes por não conseguirem fazer com que se venda mais jornais por cem habitantes do que na República Checa ou na Estónia. Isto, se considerarmos que os jornalistas têm, em média e face ao PIB do seu país, salários comparáveis aos dos seus colegas desses países.
O problema, HM bem o sabe, é mais profundo… (Nesse aspecto, pese embora algumas imperfeições, recomendo-lhe a leitura do Editorial do congénere “Sol” de 15 de Março que, a meu ver, analisou melhor o problema que aflige os professores e a sociedade portuguesa).

Sr. Henrique Monteiro, frontalmente, digo-lhe que o seu artigo não constituiria um exemplo de jornalismo de qualidade a apresentar num manual sobre a imprensa. Porque será que um jornal como o Expresso, contraria a sua herança de rigor e isenção para abordar os assuntos da Educação numa perspectiva de responsabilização dos professores?
Leitor que sou, assíduo, do Expresso há cerca de trinta anos fiquei deveras desiludido com a postura de pouco rigor que face ao assunto vertente, o jornal assumiu embora, repito-o, tenha o direito de o fazer. Por isso é com mágoa que lhe comunico que quebro o vínculo afectivo e respeitoso que mantinha com o jornal. Também, estou consciente de que, se calhar lhe não fará grande mossa a perda de um leitor anónimo- um entre milhares não será relevante – e me responderá que sempre se recusaria a escrever fosse o que fosse que não estivesse de acordo com a sua consciência para agradar a um grupo por mais numeroso que este fosse. Repito, está no seu direito de não se deixar condicionar, aliás, tem por dever manter a independência de espírito. Mas, no caso vertente, algo me diz, convicção íntima, que a abordagem que fez ao assunto, por não vir na linha do que em si é habitual, não foi exemplar e, do ponto de vista intelectual, inteiramente honesta. Ficarei com a minha, passe a expressão, e o Sr. ficará com a sua. Mas a verdade é que em nome da dignidade de uma classe a que me orgulho de pertencer e que, ultimamente, tem sido caluniada e até vilipendiada, de forma abominável, por acção ou omissão, não poderia deixar de lhe manifestar a minha decisão.
Não o faço por retaliação corporativa, tal atitude seria até ridícula, mas faço-o com a mágoa de ter perdido a confiança num órgão de comunicação que me habituei a ver como um exemplo de isenção e qualidade de informação.
Até sempre"

Director-geral

Assim, sem medo! (2)

E, agora os da Amora...



O CONSELHO PEDAGÓGICO DA ESCOLA SECUNDÁRIA DE AMORA, REUNIDO NO DIA 28 DE FEVEREIRO DE 2008, OUVIDOS OS DEPARTAMENTOS CURRICULARES, DECIDIU REQUERER À SR.ª MINISTRA DA EDUCAÇÃO A SUSPENSÃO E A REFORMULAÇÃO DO DECRETO REGULAMENTAR Nº 2/ 2008 DE 10 DE JANEIRO, COM A FUNDAMENTAÇÃO QUE SE SEGUE.


A – Algumas razões que justificam a suspensão do decreto regulamentar.
1. Legislar antes de avaliar
A legislação deve estar toda publicada antes do processo se iniciar. Todavia, estão ainda em falta: a delegação de competências (nº 2 do art.º 12º); a ponderação dos parâmetros classificativos (nº 2 do art.º 20); as percentagens máximas para atribuição das classificações de Muito bom e Excelente (nº 4 do art.º 21º); o regime de avaliação do desempenho dos parâmetros classificativos previstos na avaliação do coordenador do departamento curricular (nº 4 do art.º 29); a avaliação dos membros das direcções executivas que não exercem funções lectivas (nº 1 do art.º 31º), entre outros.
2. Organizar antes de avaliar
O processo de avaliação do desempenho dos professores não pode iniciar-se sem que o órgão que «tem por missão implantar e assegurar o acompanhamento e a monitorização do regime de avaliação» esteja a funcionar. Não obstante, o Conselho Científico ainda não iniciou funções.
3. Formar antes de avaliar
A complexidade e a dificuldade de concretização do conteúdo do Decreto Regulamentar nº 2/2008 de 10 de Janeiro exige que haja formação no domínio específico da avaliação de desempenho de professores, já que avaliar alunos não é o mesmo que avaliar professores e a complexidade e o melindre desta avaliação exigem sólida preparação teórica e técnica.
4. Testar antes de avaliar
Qualquer modelo de avaliação de desempenho deve primeiro ser testado, antes de generalizada a sua aplicação, em particular quando esse modelo introduz radicais alterações comparativamente com o processo anterior e quando apresenta objectivas e evidentes dificuldades de concretização.
5. Adaptar antes de avaliar
É necessário tempo e condições para se proceder à adaptação às exigências introduzidas pelo Decreto Regulamentar nº 2/2008 de 10 de Janeiro, do Projecto Educativo, do Plano Anual de Actividades e do Projecto Curricular de Turma.
6. Fazer coincidir o início de um processo de avaliação com o início do ano escolar
É inaceitável que se pretenda iniciar, sem qualquer preparação prévia, um processo desta natureza, com a complexidade e a dificuldade inerentes, a meio de um ano escolar, não havendo assim o cuidado de prevenir as óbvias perturbações que recairão no processo de ensino-aprendizagem. B – Algumas razões que justificam a reformulação do decreto regulamentar:
1. Indexação às classificações dos alunos
A indexação da avaliação de desempenho dos professores às classificações dos alunos cria condições objectivas para que haja uma perversão da avaliação dos alunos e de avaliação dos professores.
2. Comparação de resultados
A comparação dos resultados globais de uma determinada disciplina num ano com os resultados dessa mesma disciplina no ano anterior, por não incidir sobre os mesmos alunos, estando em jogo o interesse, a motivação, a atitude, a vontade de aprender e o comportamento diferenciados, é falaciosa. O mesmo se verifica aquando da comparação entre resultados da avaliação interna e da avaliação externa, sendo que os critérios que presidem a ambas são diferentes. Acresce ainda o facto de nem todas as disciplinas, nem todos os anos de escolaridade serem sujeitas a avaliação externa, violando-se por isso o princípio da equidade.
3. Inoperacionalidade de conceitos
A inoperacionalidade de conceitos como «progressão dos alunos», «abandono escolar», «contexto socioeducativo», «prestação de apoio», «participação nas estruturas», «relação com a comunidade» conduz ao subjectivismo e à falta de rigor do processo de avaliação.
4. Complexidade e dimensão do processo
O gigantismo do processo torna-o impraticável sem prejuízo da qualidade que se pretende e se procura do processo ensino-aprendizagem e conflitua com os deveres profissionais dos professores para com os seus alunos.
5. Burocratização
O processo de avaliação de desempenho dos professores deve ser desburocratizado e adequado à realidade efectiva da vida escolar, de modo a que não colida com o normal funcionamento das actividades curriculares e extracurriculares.
O Conselho Pedagógico


Com a devida vénia

Director-geral

Assim, sem medo!


Nos órgãos próprios, com as justificações devidas, os colegas da Escola Secundária D. Maria II, Braga pegam o touro de frente, sem medo, à valente...


Os professores do Departamento de Línguas e Literaturas, da Escola Secundária D. Maria II, Braga, na sua reunião ordinária de hoje, 5 de Março,abordaram, inevitavelmente, o modelo de avaliação que nos querem impor. Após demorada, participada e viva discussão, os respectivos professores decidiram redigir e aprovar o documento que, de seguida, transcrevo na íntegra:*


Atendendo a que, sem fundamento válido, se fracturou a carreira docente em duas: professores titulares e não titulares;

Atendendo a que essa fractura se operou com base num processo arbitrário,gerando injustiças inqualificáveis;

Atendendo a que os parâmetros desse concurso se circunscreveram, aleatória e arbitrariamente, aos últimos sete anos, deitando insanemente para ocaixote do lixo carreiras e dedicações de vidas inteiras entregues àprofissão;

Atendendo a que, por via de tão injusto concurso, não se pode admitir, sem ofensa para todos, que seguiram em frente só os melhores, e que ficaram para trás os que eram piores;

Atendendo a que esse concurso terá repercussões na aplicação do assim chamado modelo de avaliação, já que, em princípio, quem por essa via acedeua titular será passível de ser nomeado coordenador e, logo, avaliador;

Atendendo a que, por essa via, pode muito bem acontecer que o avaliador seja menos qualificado que o avaliado;

Atendendo a que o modelo de avaliação é tecnicamente medíocre;

Atendendo a que o modelo de avaliação é leviano nos prazos que impõe;

Atendendo a que o modelo de avaliação contém critérios subjectivos;

Atendendo a que há divergências jurídicas sérias relativas à legitimidadedeste modelo;. Atendendo a que o Conselho Executivo e os Coordenadores de Departamento foram democraticamente eleitos com base nas funções então definidas paraesses órgãos;

Atendendo a que este processo, a continuar, terá que ser desenvolvido pelos anunciados futuros Conselhos de Escola, Director escolhido por esse Conselho e pelos Coordenadores nomeados;

Nós, professores do Departamento de Línguas, da Escola Secundária D. MariaII, não reconhecemos legitimidade democrática a nenhum dos órgãos da escolapara darem continuidade a um processo que extravasa as funções para as quaisforam eleitos;

Mais consideram que:

Por uma questão de dignidade e de solidariedade profissional, devem, esses órgãos, suspender, de imediato, toda e qualquer iniciativa relacionada com a avaliação . Caso desejem e insistam na aplicação de tão arbitrário modelo, devem assumir a quebra do vínculo democrático e de confiança entre eles próprios e quem os elegeu, tirando daí as consequências moralmente exigidas.


*Notas:*

*1 - Dos 22 professores presentes, 21 votaram favoravelmente e 1 votou contra:

**2 - Para além de darem conhecimento imediato deste documento aos órgãos,ainda democráticos, da escola, os professores decidiram dá-lo a conhecer atodos os colegas da escola;

**3 - Decidiram também dar ao documento a maior divulgação pública possível, e enviá-lo directamente para outras escolas e colegas de outras escolas;

**4 - Pede-se a todos os professores que nos ajudem na divulgação destedocumento, e que o tomem como incentivo e apoio para outras tomadas deposição;

**5 - Este documento ficou, obviamente, registado em acta, para que a senhora ministra não continue a dizer que nas escolas está tudo calmo, e que só se protesta na rua;

**6 - A introdução e as notas são da minha exclusiva responsabilidade;

**7 - Tomo a liberdade de agradecer com prazer aos professores da Escola Secundária D. Maria II, Braga, e principalmente às mulheres, as mais aguerridas, pelas posições firmes que têm assumido, e por rejeitaremqualquer outro lugar que não seja a linha da frente da luta pela dignidade docente. É um orgulho estar entre vós.


**António Mota*Escola Secundária D. Maria II, Braga


Director-geral

Mais um bocadito e substituis o Valter

Antes de ser nomeado para o Conselho de Coordenação da Avaliação de Professores


Após ser nomeado para o Conselho de Coordenação da Avaliação dos Profs

Depois da "solução" acordada com o Conselho das Escolas
"Desburocratizar, simplificar, adequar às realidades, reconhecer a autonomia das organizações escolares no respeito pelos direitos das pessoas são elementares princípios do bom-senso. Que devem gratificar todos os que lutaram por eles. A retórica da uniformidade, da solução universal, da chapa 5, das grelhas e das prisões iguais para todos só estava a conduzir ao desastre. Não me interessa que não seja um "recuo". Nem me interessa colocar a questão nesses termos, como aliás sempre aqui referi. É, para mim, uma vitória da lucidez. Que registo com apreço. Não ignoro os riscos da autonomia e da diversidade. Mas as inteligências individuais e colectivas em cada organização serão sempre superiores às iluminadas decisões universais tomadas na 5 de Outubro (ou na 24 de Julho)".

Depois de se perceber que a "solução" acordada com o CE é uma emenda pior que o soneto

Reitor

sexta-feira, 14 de março de 2008

Proposta do Conselho de Escolas comentada

"Razoável"? Não quererás dizer arrazoável?
"Excessiva prudência"? Não quererás dizer desmesurada subserviência?

Vamos lá ver:

AVALIAÇÃO DO DESEMPENHO DO PESSOAL DOCENTE
DOCUMENTO DE TRABALHO APRESENTADO À SENHORA MINISTRA DA EDUCAÇÃO
(esta versão deve ter sido anterior a isto)

O Conselho das Escolas, no âmbito das suas competências, tem vindo a desenvolver, em sede própria, um trabalho sistemático de análise e acompanhamento do processo de avaliação do desempenho do pessoal docente, tendo produzido, ao longo do tempo, um conjunto de orientações (Hã! Onde estão elas? Alguém as conhece?) tendentes à criação de condições que possibilitassem a implementação do processo de modo a que o mesmo pudesse ter sido apropriado por todos (tendentes à criação de condições que possibilitassem a implementação. Pois, pois, claríssimo).
É neste sentido e com esta nobre (???) finalidade que o Conselho das Escolas vem apresentar a Sua Excelência, a Ministra da Educação (genuflectindo e torcendo a "coluna vertebral" em arco: - com sua licença), a presente proposta.
PRESSUPOSTOS:
1. A importância de uma efectiva prática de avaliação do desempenho no sentido de consolidar a credibilidade e qualidade do exercício da função docente e promover o desenvolvimento profissional orientado para a melhoria e consolidação da qualidade da prestação do serviço público de educação pelas escolas/agrupamentos (dito de forma menos arrazoada: a avaliação é importante para melhorar a qualidade da educação).
2. Salvaguardar o direito que os docentes têm a que lhes seja feita uma avaliação justa (completamente esvaziada de conteúdo e a 100 milhas do que prevê o Decreto 2/2008, conforme o ponto 4 da resposta), contextualizada à realidade organizacional de cada escola/agrupamento, e simultaneamente, que respeite os princípios estruturantes (Ih! Ih! Oh! Oh!) consagrados no espírito do novo modelo de avaliação, importando, por isso, encontrar uma solução que se mostre ajustada ao bom cumprimento do processo de avaliação e à sua efectiva concretização, salvaguardando-se, deste modo, o tempo necessário para o bom planeamento do trabalho das escolas/agrupamentos (menos arrazoadamente: uma avaliação como dantes, mas sem o parecer).
IDEIA-CHAVE:
O modelo é tecnicamente exigente. A sua eficácia depende de TEMPO, PREPARAÇÃO e FORMAÇÃO prévios (ou seja: o modelo é mau, mas podemos fazer de conta que o aplicamos se nos der tempo e formação).
OPERACIONALIZAÇÃO DO MODELO
1. Possibilitar às escolas/agrupamentos o desenvolvimento do processo de avaliação simplificado no ano lectivo de 2007/2008, num quadro de autonomia próprio (deixe-nos Sra. Ministra aplicá-lo ainda este ano, mesmo que de forma deficiente).
2. Publicação urgente da legislação complementar indispensável ao desenvolvimento do processo de avaliação no ano lectivo de 2008/2009, ao abrigo do Decreto Regulamentar nº 2/2008, de 10 de Janeiro (sugerimos respeitosamente que V. Exa. publique a legislação que falta, se faz favor).
3. Aplicação flexível do modelo, com garantia de que em 31 de Dezembro de 2009 todos os docentes estejam avaliados, dentro de um quadro de autonomia próprio (aplicação do modelo atabalhoadamente)
4. Garantia por parte do Ministério da Educação de apoio ao desenvolvimento do processo, nas situações em que as escolas/agrupamentos o solicitem (como o modelo manqueja, pedimos-lhe que o ME nos apoie a remover o lixo do caminho).
5. Garantia da formação dos avaliadores, em articulação com as instituições reconhecidas para o efeito, designadamente os Centros de Formação de Associação de Escolas, de modo a assegurar o desempenho das suas funções (queremos dar oxigénio aos Centros de Formação que estão a morrer e alguns eurinhos para as despesas de formação de duvidosa qualidade).
6. Criação de condições para o desempenho da função de avaliador, designadamente a atribuição de crédito horário (mais umas horitas para nos adoçar o bico).
O presente documento foi aprovado, por maioria, em reunião plenária do Conselho das Escolas de 12 de Março de 2008.
O Presidente do Conselho das Escolas
(Álvaro Almeida dos Santos)
Reitor

Outro anjinho

Nas últimas semanas fomos brindados com sucessivas declarações do Presidente do Conselho das Escolas, qual delas a melhor!
Hoje vejo no Público que este"grande presidente" das escolas tem muita fé nas escolas e no ME :
- "Importa confiar nas escolas", diz Álvaro Santos.
Pois bem, só falta saber se este "entendimento" é genuino ou se se trata do "entendimento" corrigido de que aqui se fala?
Reitor

quinta-feira, 13 de março de 2008

Liberdade e Responsabilidade

Diz a ministra que os professores não querem ser avaliados. Provavelmente tem razão a senhora ministra. Mas os professores apenas se limitam a fazer seus os princípios básicos do ministério. Durante quantos anos o ministério tentou que não fossem conhecidos os dados que permitem elaborar os rankings? E , por acaso, deixa Maria de Lurdes Rodrigues que os pais avaliem as escolas? Quando digo avaliar não falo de preencher fichas ou dar notas a professores. Falo da única forma que conheço de avaliação dum serviço: termos a liberdade de o trocar por outro. O critério da escolha das famílias – instituindo o cheque ensino e dando liberdade às escolas públicas para se organizarem consoante as necessidades daqueles que as procuram – é a única forma de se poder avaliar o trabalho duma escola e dos seus professores.

Neste pertinente texto de Helena Matos, publicado no Jornal Público e que fui roubar ao Blasfémias, estão sintetizados de forma brilhante todos os problemas que marcaram a escola / educação desde o 25 de Abril e que são os factores do seu atraso:

1 - A inexistência de avaliação dos professores. Durante estes anos, bastou esperar que o calendário passasse para sabermos quando e como iriam ser avaliados os professores. Não por culpa destes, mas por culpa de um Estado gordo, pesado, irresponsável, perdulário, paternalista e incapaz de cuidar das funções básicas da segurança, justiça saúde equidade fiscal. Muito menos da educação dos portugueses.
2 - Um Estado que, em vez de se preocupar com a educação de todos os portugueses, está preocupado com as escolas públicas portuguesas, numa clara inversão dos papéis que lhe cabem.
3 - Um Estado que se diz democrático e que é incapaz de oferecer aos portugueses a possibilidade de escolher a escola para os seus filhos, o médico para lhes tratar da saúde e um tribunal para os julgar.
4 - Um Estado que odeia, combate e esconde a concorrência e a competitividade, não vá haver quem eduque melhor e mais barato que ele.
Reitor

segunda-feira, 10 de março de 2008

Hum! Afinal que querem os socialistas disfarçados de anjinhos?

A maioria dos estabelecimentos de ensino pediu o adiamento do processo de avaliação dos professores, alegando «grandes dificuldades» na sua aplicação este ano lectivo. A revelação foi feita pelo presidente do Conselho das Escolas. Os problemas reportados levaram o CE a requerer à tutela uma reunião extraordinária, a realizar quarta-feira, na qual vai salientar «a necessidade de serem dadas condições para o desenvolvimento mais eficaz da avaliação. (TSF)



Em que ficamos afinal? O processo vai ser adiado ou vai prosseguir?
Vai ser definida a forma como o processo vai avançar ou o processo vai ser adiado?
Entendam-se se faz favor senão... fazemos outra marcha.

Expliquem-me isto: numa reunião que se vai realizar na 4ªfeira, vai-se salientar a "necessidade de serem dadas condições para o desenvolvimento mais eficaz da avaliação". Hum! Vai-se realizar! Vai-se salientar! Percebi. E tu vizinho, percebeste?

Reitor

Já não resta outra saída

Maria de Lurdes Rodrigues não tem condições para continuar a gerir o sistema de
educação em Portugal. Porque já não é eficaz nessa função. Porque é um facto
insofismável que o pessoal que ela administra não aceita a sua administração.
Isso esvazia de conteúdo as suas funções. Já não está em causa a eficácia da sua
política

Num excelente artigo de opinião no JN de hoje, Mário Crespo coloca verdadeiramente o dedo na ferida. Após 08/Março/08, o problema que temos na educação é só um: A ministra MLR não tem condições políticas, nem funcionais, nem de confiança pessoal para continuar a dirigir a Educação. Ninguém lhe dará crédito e todos estarão à espera que se vá embora. São estes os dados políticos: não adianta a Sócrates dizer que a segura, nem a ela dizer que quer trabalhar, nem se é uma excelente técnica ou não, nem se fez muito ou pouco, nem nada. A esmagadora maioria dos professores e a generalidade da população não acreditam que ela seja capaz, não a vêem como interlocutora válida para resolver os problemas políticos, só políticos, que ela própria e os dois asnos políticos que a rodeiam criaram.

Este é o úinico problema no momento. Resolvido este, logo surgirá uma miríade de novos problemas, é certo, mas serão sempre pequenos problemas.
Reitor

domingo, 9 de março de 2008

Mãozinha? Só se for de vaca e com grão

Um bocaaaaaado atrasadamente, o DN vem recuperar a mãozinha que João Lobo Antunes (JLB)deu ao Governo e que este não pegou:
Por
isso, neste momento dramático para as escolas portuguesas valeria a pena pensar
seriamente no recurso à disponibilidade manifestada por João Lobo Antunes para
mediar este conflito. Além de lúcida, a proposta tem o peso de vir da boca do
ex-mandatário nacional de Cavaco Silva, que já deu sinais de estar muito
preocupado com a situação. Uma arbitragem participada e aceite pelas partes em
conflito permitiria aos professores porem em cima da mesa as suas propostas (até
agora desconhecidas) relativamente aos temas mais quentes, como a avaliação, a
gestão das escolas e o estatuto da carreira docente. Chegou a hora de a ministra
ouvir e explicar e de os professores demonstrarem que estão interessados em
melhorar o nosso sistema educativo e não em atirar a sua luta para um perigoso
beco sem saída.

Não duvido que JLB tenha disponibilidade e peso para mediar conflitos. Deve ter. O problema é que uma das partes já não aceita negociar com a outra. Quem esteve ontem no Terreiro do Paço percebeu, definitivamente, que o trio maravilha já não tem margem para negociar o que quer que seja, seja com quem for.
Curiosamente, defende-se neste editorial, vá lá, apenas ligeiramente favorável ao Governo, que "chegou a hora da ministra ouvir e explicar".
Mas ouvir quem? Explicar a quem?
Ontem a ministra ouviu o que tinha a ouvir de 100.000 gargantas: tá na hora, tá na hora tá na hora da ministra ir embora. E explicou na entrevista à SIC “não ser relevante” a participação de 100 mil professores na Marcha da Indignação, este sábado em Lisboa. Mais explicou que compreendia “muito bem as razões da manifestação”.
Os professores também compreendem e, neste ponto, todos estão de acordo com a ministra. Portanto, não deve haver nada a explicar, digo eu! A menos que, quais coelhos saídos da cartola, um Albino Almeida, um acelerado Director ou uns cordeiros pascais se ponham a jeito para ouvir explicações e falar in the name of da people.
Reitor

Um Director Acelerado ou Como se Pode Gerar um Filho Saudável

Ora bem O novo modelo de gestão ainda não entrou em vigor, mas já temos um Director. Fernando Sampaio de seu nome.
E, nas fraldas do Marão, na escola Secundária de Amarante, o Director Fernando, a Coordenadora Eugénia e a Professora Fátima foram os primeiros a iniciar o processo de avaliação dos professores (ver vídeo), como se lhe quisessem dar uma gota da vida que Fátima transporta dentro de si. Atenção SPN. Não ponham o Prof. Fernando em Tribunal. Ele limitou-se a fazer uma boa acção a uma colega que lhe pediu muito.

Claro que o Prof. Fernando Sampaio não é um Director socialista. E, obviamente, não está a dar graxa à ministra, nem a responder a uma encomenda (embora aqui não seja muito de fiar, pois estamos no feudo da DREN de Margarida Moreira). Não, não. Fernando e Eugénia avaliaram a professora porque esta lhes pediu. E a um pedido de uma grávida nunca se diz não. Oh! Que bonito! Que linda acção de solidariedade.

Fátima, faço votos que tenha boas horinhas, porque do enxoval tratarão os padrinhos Fernando e a Eugénia.
Espero que o menino ou a menina que vai nascer tenha o juizinho todo, porque infelizmente há alguns em que medra o musgo onde devia morar o juizo.

Reitor

Idiota Util

Emídio Rangel, sim sim o do berbequim, esse mesmo, escreveu uma peça no DN. Diz este amigo: Tenho vergonha destes pseudo-professores que trabalham pouco, ensinam menos, não aceitam avaliações.
Atenção: O Rangel foi aluno e também professor de liceu. Só que, neste último papel, não era professor como são estes que participam na Marcha. E diz o Dr. Emídio "Berbequim" Rangel que a manifestação foi contra, vejam lá,
uma ministra sábia, tranquila, dialogante, que fala com uma clareza tal que só
os inúmeros boatos, a manipulação e a leitura distorcida do que propõe podem
beliscar o que de boa-fé pretende para Portugal

Boatos, manipuação e leituras distorcidas por 100.000 "soldados do Partido Comunista" que se fizeram à rua, alguns a mais de 600 Kms de casa
E este soldado do Partido Socialista - que, quando saiu da RTP recebeu uma compensação financeira para não exercer funções em televisões concorrentes - não pára. Arremete contra os moinhos com a força e a convicção dos que partilham os favores do orçamento do Estado. Mais um amigo socialista.
Reitor

sábado, 8 de março de 2008

O Democrata Útil




Augusto Santos Silva acusa professores manifestantes de não distinguirem "entre Salazar e os democratas".
Ele sim, distingue-os. E lutou, side by side, com Mário Soares e Salgado Zenha, Jorge "Desaparecido"Sampaio, Manuel Alegre e todos os socialistas de que há memória contra os democratas. Digo contra Salazar. Lembram-se, não se lembram?
Reitor

Ministra com NEE

Participei hoje na minha maior manifestação de sempre. Professores e professoras de mãos dadas, solidários com ar de felicidade gritavam e cantavm: Está na hora... Está na hora da ministra ir embora. Gargantas doridas com vozes graves, roucas e algumas quase mudas, cantavam pela avenida abaixo com a convicção e com força daqueles que têm razão.
Claro que também gritei e cantei muito. E conheci uma professora do departamento de "línguas", uma fogosa e lindíssima moçoila alentejana que deixará muitos amigos de beiço caído.
Acabei de ver o último estertor da ministra Maria de Lurdes "Fria, Rígida e a Xanax" Rodrigues que, numa lamentável - e na linha do costume - entrevista à SIC: Disse “não ser relevante” a participação de 100 mil professores na Marcha da Indignação, este sábado em Lisboa. “Compreendo muito bem as razões da manifestação”, disse ela. Pois, pois, os professores também compreendem. Vejam lá que, num ponto todos estão de acordo.
Estas declarações míopes e de um arreigado cinismo revelam um quadro de necessidades educativas especiais bem mais profundo de que o do autismo de que, visivelmente, sofria a ministra e os seus adjuntos: o Jorge "Sinistro e com os Dias Contados" Pedreira e o inenarrável Valter Victorino "Excesso Grave de Faltas" Lemos
Quer-me parecer que Ingº Sócrates não vai dormir hoje.
Reitor

Feios Porcos e Maus

Ufa. Estou derreado e tenho os pés inchados de tanto andar. E fico danado só de ler esta notíca no Expresso:
Estes chuchalistas são do piorio. E não adianta virem para cá com cânticos e hossanas ao socialismo, à solidariedade, aos valores de esquerda. Borrados é o que estes são.
Reitor

Eu já sabia...

"PS é pior que PSD a lidar com a Justiça", diz António Cluny
E com a Educação, o emprego, a saúde, a democracia e a liberdade também não tem lidado muito bem....
A lida é como o azeite.
Reitor

quinta-feira, 6 de março de 2008

GREVE - Novas formas de luta 2

No outro dia, apresentei aqui uma ideia de autor anónimo, que sugeria uma nova forma de se combater o Ministério da Educação mais propagandista de que há memória. Era muito simples: em vez de se perder dinheiro e dar "razões" aos pais para reclamação e se esgrimirem números, que se aplicasse o salário dos que estão em greve numa campanha publicitária (com cartazes e tudo) contra o ME. É uma boa e original ideia.
Hoje uma amiga deu-me uma outra ideia, aplicada já por professores espanhóis:
Que tal os sindicatos marcarem uma greve durante tempo indefinido? Bem, indefinido...
Os professores teriam o seu salário assegurado por empréstimo bancário para o efeito.
Os sindicatos tratavam de fazer as consultas bancárias para ver quem praticava os melhores juros de empréstimo para manter os professores em greve durante, por exemplo, um mês. Em contrapartida, os professores a quem o banco emprestasse o montante do salário em melhores condições comprometiam-se a depositar lá o seu salário durante um ano.
Os sindicatos seriam os gestores deste negócio.
Imaginem o que seria os habitantes das grandes cidades a terem de cuidar dos rebentos durante, vá lá, uma semana.
Reitor

quarta-feira, 5 de março de 2008

A "retrectacção"

Diz aqui que o professor Manuel António Magalhães Gouveia Cardoso, da Escola Básica (EB) com 2.º e 3.º ciclos, de Ribeirão, retractou-se da acusação feita a um inspector durante a sua intervenção no programa Prós e Contras, emitido pelo canal 1 da RTP, na passada 2.ª feira, dia 25 de Fevereiro, em carta enviada ao delegado regional do Norte da Inspecção-Geral de Educação (IGE).
A comissária política, Margarida M., não brinca em serviço. Embora não se consiga encontrar o nome dela na página oficial da DREN, que dirige, tenho a certeza que foi ela que pegou no telefone e falou com os boys que coordenam a área pedagógica de Ribeirão, se não erro a visualizar o google, no "novo" concelho da Trofa, e lhes disse:
- chamem o Cardoso e ele que assine um papel a retractar-se.
- E se não o fizer, perguntou-lhe o boy?
- Abre-se-lhe um processo disciplinar que ele até "charrua".
E assim se fez.
Falta saber onde pára o papel?

Reitor

segunda-feira, 3 de março de 2008

Rap do Titular


Sou professor, só professor
E muito amigo deste meu coordenador.
Esta sincera amizade é quase amor…
Tenho que ser por ele avaliado
Portanto, não serei prejudicado.
Ele é o meu herói, meu herói, meu herói…
E é pra ele que este rap é dedicado.

Penso, com alguma ciência e sabedoria,
que o meu desempenho é a minha mulher que avalia.
Altero, todavia, o meu pensar
Já que agora a competência
para avaliar a minha experiência
nunca será de um professor doutor qualquer
nem de um sábio inspector do M.E.
E muito menos da minha santa mulher…
Mas de sua eminência, o meu coordenador!

E para resolver a grave situação
sendo o objectivo a mudança de escalão,
vou mostrar-lhes a conveniência desta solução:
Tendo consciência que só cabem um ou dois na quota
E tendo em conta que é só isso o que conta e o que importa,
É só marcar mais uma reunião,
E lá organiza-se um leilão,
sem oportunidade de corrupção, nem subjectividade,
muito às claras, sem imparcialidade
e com total justiça e dignidade, como exige a razão.

E quem dá mais? Quem me dá mais por isso?
Um lhe dará um gordo chouriço…
Outro, um retrato emoldurado da sinistra, mulher má.
E quem dá mais? Quem mais me dá?
Quanto a mim, eu ofereço desde já
ao meu senhor doutor coordenador, com todo gosto, minha casa de férias na praia,
em Agosto.

E dou-lhe um… e dou-lhe dois…
E quem dá mais? Ninguém mais dá?
E dou-lhe… três!
E ganho eu! Ganho eu! Viva eu! Esse lugar é meu!
Gente, sou excelente!
Sou titular! Titular!
TITULAR!

Reitor

sábado, 1 de março de 2008

GREVE - novas formas de luta

Mão amiga fez-me chegar um texto anónimo que considero muito actual e útil para os sindicatos, pois aponta uma nova forma de luta sindical: contra a propaganda, PROPAGANDA.
Aqui vai:

Os professores deviam fazer uma nova modalidade de greve. A greve por objectivos:
Os professores convocam a greve para um dia pré especificado com os objectivos bem definidos.
Nesse dia os professores comparecem na escola e dão as aulas normalmente, mas a adesão traduz-se pela compra de insígnias de greve.
A insígnia pode ser um autocolante ou outro qualquer símbolo, que o professor pode utilizar para identificar a sua adesão.
Cada insígnia tem o valor monetário equivalente ao que o professor aufere num dia de trabalho.
O produto apurado com a compra dessas insígnias, será utilizado exclusivamente para pagar uma campanha na comunicação social, desenvolvida por uma agência de comunicação (tipo “Cunha Vaz”), com vista a divulgar junto de todos os meios de comunicação social, de forma diversificada, articulada e prologada no tempo, a justeza dos pontos de vista dos professores, relativamente aos objectivos definidos para a greve.
Vantagens desta nova forma de luta:
- A greve não penaliza os alunos e as suas famílias, logo não há “inocentes”.
- Os professores não podem ser acusados de não quer trabalhar.
- Pode ser facilmente quantificada a adesão, pois é possível de ser contabilizada em euros.
- Os órgãos de comunicação social serão os mais interessados em que a greve seja divulgada e tenha adesão, pois é dinheiro que se injecta no sector da comunicação social.
- A mensagem pode ser prolongada no tempo
- A campanha pode ser contratualizada em função do grau de consecução dos objectivos.
- O governo não poupa dinheiro com a greve
.

Nestes tempos em que mentiras se fazem passar por verdades e verdades por mentiras, talvez seja um método eficaz de combater a propaganda que todos os dias nos entra pela casa adentro.

Reitor