domingo, 30 de março de 2008

Curiosidades de um país desgovernado desde que há democracia

Embora tenham passado quase despercebidas, o JN publicou duas notícias de relevante interesse nacional. Uma na edição de ontem, relativa ao aluguer de helicópteros:

"Os valores estão ainda a ser negociados, mas a factura por utilizar os
helicópteros do Estado no combate a incêndios deverá ser mais elevada para a
Protecção Civil do que a habitualmente paga no aluguer a empresas privadas. Um
cenário que não choca o ministro da Administração Interna, Rui Pereira, para
quem a questão não pode ser tratada "numa perspectiva estritamente
economicista".

Outra na edição de hoje, relativa ao "serviço público" de oftalmologia:

"o Hospital Padre Américo (hoje integrado com a unidade de Amarante no Centro
Hospitalar de Tâmega e Sousa), em Penafiel, estudou e decidiu firmar uma
parceria público-privada com uma clínica oftalmológica do Porto, possibilitada
pela autonomia dada pelo estatuto de entidade pública empresarial da unidade
".
O administrador do Hospital Padre Américo fez aquilo que o Estado, normalmente e salvo raras excepções, não saber fazer: prestar o melhor serviço (melhor relação qualidade/preço) quando há concorrência. O Estado e os seus "gestores de aviário" com cartão a condizer não estão preparados para concorrer salutarmente com o sector privado na oferta dos melhores serviços ao cidadão. Se se abre à concorrência, perde.
O Estado, totalmente incapaz, aluga helis a si próprio por preços mais elevados que os praticados pelo sector privado; são os privados que, a menor preço, limpam as listas de espera em oftalmologia e em muitas outras especialidades médicas (Deus nos livre se não fossem as convenções e os hospitais privados. Portugal seria um país de 3º mundo). Nos transportes, nem falar; na aviação, teve de entregar a TAP a uma equipa de gestores privados; as redes de telecomunicações, gás e água estão cada vez mais afastadas da gestão (e da propriedade) pública, enfim, até as Câmaras (esses exemplos nobres de despesismo) entregam a gestão de serviços a privados.
E a educação? É certo que, cada vez em maior numero e cada vez com mais "clientes", os privados penetram no mercado educativo e são cada vez mais responsáveis pela oferta educativa aos portugueses.
Mas, falta colocar ainda uma questãozinha que, na minha opinião, terá, mais cedo que tarde, uma resposta arrasadora para o imenso Estado que (des)governa a educação.
Quanto custa em média a formação de um aluno ao Estado? Por ano lectivo ou por ciclo de estudos?
E quanto custa, em média, a mesma formação obtda em escolas privadas?
Será que se passa o msmo que com os helis? Será que, para um ensino de idêntica qualidade, a escola privada é mais barata que a "escola pública"?
Dizem-me que o custo da formação de cada português ao Estado será mais elevado nas escolas públicas do que nas escolas privadas, mesmo juntando, nestas, a natação e a equitação!
É difícil de acreditar, pois é?
Mas, enquanto não se souber ao certo os custos que o Estado tem com a educação básica e secundária dos portugueses nas escolas públicas, nunca saberemos ao certo a resposta a esta questão, pois não?
Reitor

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