domingo, 13 de abril de 2008

Como o "entendimento" com a Plataforma é um bom acordo para os professores e um recuo até à parede para o ME

Porque é que o ME recuou em toda a linha?
Porque:
1 - Em Janeiro, publicou um modelo de avaliação dos professores para aplicar até Fevereiro que nunca se aplicou. Agora vai aplicar-se um modelo de avaliação reduzidíssimo: dos 9 parâmetros a avaliar pelo PCE e pelo Coordenador de Departamento vão avaliar-se apenas 2: A -Nível de Assiduidade e cumprimento do Serviço distribuído e D - Participação do docente em Acçãoes de Formação Contínua.
2 -O ME, percebendo que os prazos previstos para a avaliação eram impossíveis de cumprir, resolveu "flexibilizá-los" sem qualquer suporte legal.
3 - Com as datas mais flexibilizadas e percebendo que, mesmo assim, as escolas não estavam a corresponder, o ME acordou um "entendimento" com os seus funcionários dos órgãos de gestão das escolas de que resultou o processo simplificado, o tal que nunca chegou a conhecer a luz do dia e, muito menos, a ser transposto para diploma legal. Ainda na semana passada, havia escolas que nada sabiam sobre este "entendimento” com o Conselho das Escolas.
4 - Passados alguns dias, o "entendimento" com os seus funcionários já não servia para nada e o ME recuou novamente, voltando a fazer, ontem, um novo "entendimento" com os sindicatos. Este recuo suspendeu para já, a crise que lavrava nas escolas e colocou um ponto final em algumas das pretensões de alguns membros do CE.
5 - Para o ME, o modelo de avaliação começou por ser o alfa e ómega da autonomia das escolas e da melhoria dos resultados escolares. A avaliação permitiria distinguir os melhores professores e corrigir os piores e melhorar os resultados dos alunos. A avaliação deveria ser feita de acordo com cada escola. Nunca se suspenderia o novo modelo de avaliação, etc, etc… Bastaram umas semanas para todo este discurso ir por água a abaixo e a Ministra aceitar o princípio da universalidade dos parâmetros da avaliação
6 – Inicialmente, todos os professores tinham de ser avaliados. O ME foi recuando até que, sob ameaça de não renovação de contratos nem de progressão nas carreira, apenas 7000 professores serão avaliados. Digo: classificados.
7 – Na propaganda do ME, haveria avaliação da preparação de aulas, haveria aulas assistidas (o melhor mecanismo, segundo a Ministra, de melhoria dos resultados escolares dos alunos), os professores seriam avaliados pelo coordenador e pelo PCE, constituiriam um portefólio, seria avaliados pelo “empenhamento em qualquer coisa”, pela melhoria dos “resultados escolares” dos alunos”, pela disponibilidade para apoio pedagógico e, aqui chegados, na hora da verdade, NADA disso conta. apenas um número insignificante de professores será avaliado. E será avaliado apenas pelas faltas que deu. Não podia ter havido maior recuo, excepto se o processo tivesse sido suspenso.
8 - Ainda há alguns dias, o Me defendia que cada escola teria "autonomia" para avaliar com grelhas e parâmetros próprios. "Avaliação contextualizada", dizia-se. Agora aceitou-se aquilo que o bom senso há muito mandava: há regras únicas e universais para a avaliar os docentes.
9 - Diz a ME que continua em vigor o modelo de avaliação dos professores. No entanto, os professores vão ser avaliados, este ano, por regras que não constam do Dec. Reg nº2/2008.

Porque é que este "entendimento" é bom para as escolas?
Porque:
10 - Retira toda a carga dramática que estava sobre as escolas e os professores, deixando-os respirar e pensar.
11 - Evita a maioria das barbaridades que muitos CEs estavam a cometer ao aplicar as anteriores fichas de avaliação e a fazerem uma avaliação "simplificada" absolutamente arbirtária e, em muitos casos, estúpida.

Enfim, diz o ingº que se mantém tudo na mesma: nem a Ministra foi demitida nem a avaliação foi suspensa como os sindicatos e a oposição queriam. Pois. Ele é que sabe.
Reitor

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