sábado, 26 de dezembro de 2009

"O Triunfo da Mediocridade"

"A alteração da lei civil para que nela caiba o casamento homossexual é mais uma manifestação do abuso do poder em que é pródiga a mediocridade quando sobe ao poder.
Com gente medíocre o Estado deixa de ser uma entidade séria e respeitável, passando a um mero instrumento dos seus interesses. A luxúria com que tal gente usa o poder é tal que nem as leis e as criações da Natureza são obstáculo aos seus desmandos.

Os argumentos que estes arautos da civilização exibem para justificar aquela alteração da lei civil só convencem quem perdeu o hábito de pensar pela sua própria cabeça.

Um desses argumentos é o da dignidade da pessoa humana. Mas, então, é o casamento - instituição tão vilipendiada pela maior parte dos activistas do casamento
homossexual - que confere dignidade às pessoas? Os solteiros são pessoas indignas?

Outro dos argumentos é o da discriminação. Mas não há qualquer discriminação na lei actual. Todo o homem e toda a mulher pode celebrar o contrato que a lei denomina de casamento. Todos. A ninguém é vedado o acesso ao casamento. Acontece é que há homens e mulheres que não querem celebrar aquele contrato, que se auto-excluem. Uns são os solteiros, os que não querem viver com outrem, seja homem seja mulher, mas, outrossim, sozinhos. Outros são os unidos de facto, homens ou mulheres que querem partilhar a sua vida com outra pessoa de sexo diferente, mas não querem casar-se. Depois há os homens e as mulheres que querem partilhar a sua vida com pessoas o mesmo sexo e, portanto, não aceitam celebrar o contrato tal como ele está definido na lei. Também estes se auto-excluem. Rejeitam o modelo de casamento instituído e pacificamente aceite desde sempre como sendo uma instiuição de interesse para a sociedade, doutra forma já teria sido extinta.

Nestas circunstâncias, o que seria expectável de um Estado servido por gente séria? Que, à semelhança do que fez para as pessoas que preferem viver em união de facto, ponderasse os interesses dos homossexuais dignos de protecção e legislasse sobre eles, criando figuras afins da do casamento, eventualmente com os mesmos formalismos e a mesma solenidade para eliminar quaisquer acusações de tratamento discriminatório. O que essa gente não deveria fazer era alterar uma instituição milenar só para satisfazer a vontade de uns quantos. Porém, para ter esta atitude de bom senso era necessário que essa gente fosse séria e humilde.

Assim se vai fazendo agonizar um Estado que deixou de respeitar os compromissos que assume, que não paga a quem deve a tempo e horas, que denega a justiça, que não garante segurança eficaz aos cidadãos, que abre as portas das maternidades para fazer abortos gratuitos mas não ajuda os casais inférteis, etc. etc".

Um bonito, assertivo, pertinente e certeiro texto de Bernardino Carvalho, no DN da passada semana .

Este aqui não gostou. Até queria que o texto tivesse sido censurado. Sabemos porquê. Não, não é um caso de loucura. É mais um caso de hipocrisia. Digo eu.

Reitor

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