domingo, 21 de fevereiro de 2010

Cartilha Educativa De Paulo Rangel II

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Sobre a liberdade de escolha da Escola

Sem surpresas, Rangel, valoriza o cidadão e coloca na esfera das suas competências individuais a capacidade para escolher a melhor educação (e a melhor escola) para os filhos. Apenas peca por, ao afirmar que não é a questão principal do ensino - o que é verdade - dar a ideia de que a liberdade de escolha pode esperar. Até às calendas...

Sou a favor da liberdade de escolha, mas não é a questão principal do ensino em Portugal


Sobre a missão principal da Escola

Rangel diz o óbvio: as escolas e os professores devem valorizar a transmissão de conhecimento, serem exigentes e rigorosos com os alunos e deixar para segundo plano todas as actividades que não interessam, que servem apenas para os distrair do essencial e que hoje ocupam o centro das actividades escolares.

A questão principal é a exigência, o rigor, a transmissão dos conhecimentos. A posição socialista é a posição da escola inclusiva: "Vamos passar toda a gente, para que todos sejam iguais, vamos facilitar".


Sobre a Antecipação Das Escolhas Vocacionais

Devemos manter um ensino unificado até ao 9º Ano, como até agora?
Mais uma vez Rangel, apresenta-nos uma solução pragmática que, de tão óbvia, até custa a crer como foi possível o Jorge Sampaio (o pior presidente da república de todos os tempos, em democracia) ter vetado a revisão da LBSE do David Justino que ia precisamente no mesmo sentido: De facto, antecipar as escolhas vocacionais não só não prejudica nenhum aluno que pretenda investir num percurs mais académico, como permitirá dotar os jovens que se arrastam durante vários anos pelo ensino básico com "competências" - como soi dizer-se - que lhes permitem iniciar uma profissão m ais cedo. Ah! E podem permutar um percurso mais académico com um mais profissionalizante e vice-versa.
... Aos 12, 13, 14 as crianças podem estar a aprender uma profissão. O que é que é preferível? É termos uma pessoa com 17 anos no 9º ano ou a fazer o 9º ano pela quarta vez ou uma que até aprendeu umas coisas de uma língua estrangeira, de história, de matemática, de português e que sabe ser um bom electricista aos 16 ou 17 anos? Ou um bom canalizador? O que é que é preferível do ponto de vista social? O que é que vai trazer maior mobilidade social? O que é que é melhor como valor colectivo? Esta é a questão que nós temos que abrir. Nós temos que romper um pouco estes tabus. Além de que vamos ter de aceitar alguma selectividade na escola.
... Introduzindo um ensino profissional misto a partir, talvez, do 7º ano de escolaridade. Aceitar esse encaminhamento sem lhes fechar a porta, caso eles queiram regressar a um sistema puramente académico. Nós temos que mudar este paradigma de escola. Os valores são, em primeiro lugar, o rigor e exigência. Em segundo, autoridade e disciplina. Em terceiro, autonomia de gestão das escolas.
Já quanto à autonomia de gestão das escolas e pelo que se viu neste último ano, com a forma como cada escola encarou a avaliação dos professores, penso que uma maior autonomia de gestão da escola só é possível se elevarmos a reponsabilização do Director ou Direcção a um outro patamar de exigência. Os direcores de uma escola com mais autonomia devem responder a um nível mais elevado de responsabilidade. Desde logo é necessário saber exactamente a quem responde o Director de uma escola com mais autonomia. E de que formas responde. É que não tenho memória de ver algum director ou conselho directivo responder sobre o que quer que seja e, todos dizem, a escola portuguesa está uma lástima.
Continua...
Reitor

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