sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

Lotaria De Natal

Câmaras municipais vão abrir cantinas nas férias para ajudar alunos

Já há meses que se lêm notícias idênticas a esta. Algumas Câmara Municipais, a CONFAP e o Alvino, estão preocupados com a fome das crianças. Vai daí, como há muitas que fazem a única refeição diária nas escolas, nada melhor que abrir as cantinas durante as férias de Natal para matarem a fome.
Admito que, nas férias da Páscoa, também seja necessário alimentar as crianças. O mesmo não suponho para as férias grandes. Acho que em Junho, Julho e Agosto, não haverá fome em Portugal e, mesmo que venha a haver, as crianças, coitadinhas, vão alimentar-se de sol e praia.
Mas, vamos à notícia.
Vejamos: há alunos que passarão fome se as Câmaras e as Escolas não abrirem as cantinas nas férias de Natal. No Porto, a fome será tanta que a Câmara vai aceitar também a inscrição dos irmãos dos alunos.
Não afasto a possibilidade de os pais destas crianças também almoçarem (e até jantarem, porque não?) nas cantinas camarárias. É o mais certo pois com um euro por dia para refeições, segundo o testemunho avalizado do Vino, como é que alguém pode sobreviver? Não pode.
Bem, com a crise por que passa o país, será lógico que os serviços públicos (câmaras, escolas e outros) abram as suas portas para dar alimento às famílias mais carenciadas. No Natal e na Páscoa. No verão, não. Está mais calor e a fome aperta menos.
Como as cantinas camarárias e escolares são exploradas por empresas de catering, a oferta de refeições nas épocas festivas será também uma ajuda adicional para matar a fome a estas pobres empresas. Um autêntico bodo natalício.
Até se poderia dizer, fosse eu maledicente, mas não digo porque não sou, que a fome das crianças é um bom negócio para todos: ganham as crianças uma refeição quente, ganham os pais sossego, ganham as Câmaras votos, ganha o Alvino espaço mediático e ganham os caterings negócio.
E, já que aqui chegamos, alguém se lembra de ter visto crianças com fome na escolas? Quantas há em Portugal? E quantos telemóveis tem cada uma das crianças esfomeadas?
Aqui há negócio...

Reitor

1 comentário:

  1. As escolas são uma rede de proximidade das crianças cmo nenhuma outra. assim o ME e os sindicatos lhes recnhecessem a autonomia que merecem:http://estrolabio.blogspot.com/2010/12/escolas-avaliacao-e-possivel-e.html

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