quinta-feira, 10 de março de 2011

Uma Ligeira Torção Da Realidade Para Que Se Conforme Ao Que Interessa Agora

O Paulo Guinote não gosta nada do Cavaco Silva e, sempre que surge a oportunidade, dá-lhe umas beliscadelas. Não teria mal nenhum, porque o regressadosilva também as merece.
O que Cavaco não merece é que se reescreva a história e se torça a realidade para confirmar as teorias daqueles que o criticam.
O Paulo não gostou da frieza e distanciamento de Cavaco perante a luta dos professores em 2008 e 2009. Frieza e distanciamento que deram ânimo a MLR e ajudaram o Governo a impor medidas prejudiciais à classe profissional dos docentes. Até aqui acompanho.
O que já não posso subscrever, antes pelo contrário, é a sua tentativa, bastante canhestra para o que é habitual, de querer comparar os professores aos portugueses, de querer colocar ao mesmo nível a luta de uma classe profissional pelas condições de exercício da profissão à luta que toda a sociedade civil deve empreender para se libertar do excesso de poderes públicos que limitam a sua autonomia; para tomar para si, retirando ao Estado, a responsabilidade pelo desenvolvimento do país e pela  criação de riqueza.
Cavaco desafia os portugueses a um sobressalto cívico. Não desafia nem se põe ao lado de uma classe profissional, por mais importante que ela seja.
Cavaco desafia a sociedade civil a libertar-se dos poderes públicos e não a acobertar-se debaixo da protecção estatal. Cavaco não se põe ao lado de uns funcionários públicos que lutam contra a ADD, o ECD e as algumas políticas do Governo, não.
Cavaco desafia os portugueses a lutarem contra este regime cuja força reside numa fraca, estática e mui dependente sociedade civil.
Cavaco desafia os portugueses a agir. A olharem para si, para cada um de nós, como cidadãos responsáveis pelo futuro do país e fautores do seu destino colectivo.
Cavaco diz-nos aquilo que já nos devia ter dito há muito, mesmo antes de 2008: o nosso futuro, o nosso desenvolvimento, o pagamento da dívida, a credibilidade das contas públicas e do país, dependem de nós e não dos poderes públicos. Muito menos destes.
Cavaco pôs-se do lado dos colégios privados, não para defender corporações ou interesses privados, mas sim para defender a liberdade. Para impedir que os milhares de portugueses que hoje gozam de alguma autonomia e liberdade de escolha não a perdessem, não ficassem subjugados pelos poderes públicos que hoje comandam o Estado e que subjugam uma importante fatia da sociedade cívil.

Libertemo-nos da asfixia do Estado, é esta uma das grandes linhas do discurso de de Cavaco Silva.
A luta dos professores mora um pouco ao lado e muito, muito mais abaixo.

Reitor

6 comentários:

  1. No fundo, o que o Cavaco nos diz é para fazermos o mesmo que os polacos, os eslovenos e os checos fizeram. Por que razão, esses países conseguiram resistir à crise? Porque, de há dez anos para cá, que se andam a libertar do Estado.
    Reitor! Quando é que crias um novo blogue? Essa coisa de o blogue estar barrado por um aviso impede muita gente de cá vir. A Google nunca mais vai resolver o assunto.

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  2. Comparar professores a portugueses?
    Cruz credo.
    Portugueses só as famílias de alunos no ensino privado!
    :D

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  3. Podia ter sido assim:

    "Cavaco pôs-se do lado dos professores, não para defender corporações ou interesses privados, mas sim para defender a liberdade. Para impedir que os milhares de portugueses que hoje gozam de um sistema de ensino com alguma autonomia e liberdade de ensino, não a perdessem, não ficassem subjugados pelos poderes públicos que hoje comandam o Estado e que subjugam uma importante fatia da sociedade cívil."

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  4. Reitor
    Cria outro blogue e deixa de meter fotos de gajas nuas. Com a barra a avisar que o blogue tem cenas obscenas, a Google não indexa nada do que publicas e a audiência reduz-se imenso.

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  5. Ora... as gajas nuas são a única coisa boa deste blogue!!!

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  6. O(s) ilustre(s) reitor(es) estão de férias? Ainda não regressou(aram) da pausa lectiva? Ou está(estão) a preparar o programa do de passos para a educação?

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