segunda-feira, 22 de setembro de 2014

O Estado Do Conselho Nacional Da Educação


"A situação descrita por estes gráficos sugere práticas de avaliação interna que merecem uma atenção redobrada: umas por claramente inflacionarem as classificações dos seus alunos, outras, pelo contrário, por prejudicarem os alunos com uma suposta e injustificada exigência avaliativa.
No caso do Ensino Secundário a injustiça resultante da falta de rigor nas classificações internas torna-se mais evidente face à perspetiva de ingresso no Ensino Superior. O problema não seria grave caso estivéssemos perante situações excecionais. Porém, são identificáveis escolas que de forma reiterada inflacionam as classificações dos seus alunos, o que se torna mais evidente nas classificações internas do Ensino Secundário", "O Estado da Educação", CNE, p.304
Os doutores que realizaram este relatório do CNE chegaram a conclusões interessantes, do ponto de vista de uma conversa de café, bem entendido.
Vamos por partes.
1 - Os doutores analisaram as classificações internas e externas e conseguiram, certamente através de perceção extrassensorial, ficar sugestionados sobre as práticas de avaliação interna. Ou sejam, analisaram números e viram práticas de avaliação.
2 - Dizem os senhores doutores que há escolas que prejudicam os seus alunos por serem exigentes com eles. No relatório não sobrou uma única página para que os estudiosos explicassem ao povo quais as escolas que prejudicam os alunos, qual a dimensão desse prejuízo, quando - em que momentos - e como exatamente os prejudicaram.
3 - Afirmam os mesmos que, no ensino secundário há injustiça por causa da falta de rigor nas classificações internas. Mais uma vez, num estudo que nos custou os olhos da cara, deveria ficar-se a saber, exatamente, que injustiça é essa e que "falta de rigor" foi verificada.
4 - "São identificáveis escolas que de forma reiterada inflacionam as classificações dos seus alunos". Vá lá que não identificam essas escolas (não havia mais páginas no relatório) porque se identificassem haveria matéria para investigação do MP.
 Mas,esta última conclusão, expelida entre duas bejecas, suscita-me duas questões para as quais os doutos estudiosos não se lembraram de deixar resposta:
 
A) Porque é que o problema está nas classificações internas e não nas externas?
 
B) Porque é que a avaliação interna há de corresponder mimeticamente à externa? Não são elas completamente diferentes entre si?

C) Qual é, afinal, o intervalo  de diferença entre a classificação interna e externa, admissível para o CNE e a partir do qual se considera haver inflação de classificações?

Não sabem, pois não! Ide trabalhar malandros.

Reitor 

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